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O delegado da Polícia Civil é acusado de tentar matar um homem em uma operação policial em VG; a autoridade alega legítima defesa

Foto: Reprodução

Mulher acusa delegado de tentativa de homicídio durante operação policial em Várzea Grande

Uma moradora de Várzea Grande registrou um boletim de ocorrência nesta quinta-feira (10), acusando o delegado da Polícia Civil, Ruy Guilherme Peral Silva, de tentativa de homicídio contra seu marido, Antônio Marcos Santos Silva, de 30 anos, durante uma operação policial. A ação foi realizada pela Polícia Civil de Santa Catarina, que cumpria mandado de busca e apreensão. Segundo a denunciante, o delegado teria atirado à queima-roupa no rosto de seu marido. Em resposta, o delegado alegou legítima defesa e também registrou uma queixa.

O incidente ocorreu por volta das 6h40 na residência do casal. De acordo com o relato da esposa, ela ouviu batidas no portão e, ao seu marido atender, ele foi atingido com um tiro no rosto, disparado “criminosamente”, conforme sua acusação. Ela afirmou que Antônio não demonstrou qualquer resistência à abordagem policial. Além disso, a mulher relatou que o cachorro da família se assustou com o disparo, e o delegado teria ameaçado matar o animal caso ele avançasse na equipe.

Ainda segundo a mulher, ela foi informada posteriormente que a ação se tratava de um mandado de busca e apreensão, mas nenhum documento foi apresentado no momento da operação. A cópia do mandado só teria sido exibida muito tempo depois, o que, segundo ela, configuraria abuso de autoridade.

No boletim de ocorrência, a denunciante solicitou uma perícia na residência, a apreensão da arma do delegado e medidas protetivas para sua família. Ela também pediu o afastamento do delegado da Delegacia de Várzea Grande devido à proximidade de sua casa.

Versão do delegado

O delegado Ruy Guilherme apresentou sua versão dos fatos em um boletim de ocorrência. Ele explicou que a operação fazia parte da Operação Bittrack, que investiga furto eletrônico e lavagem de dinheiro, com valor estimado em R$ 644.216,53. Segundo o delegado, ao chegar à residência, Antônio teria fechado o portão após a identificação da polícia, forçando os agentes a entrar.

Ruy alegou que o suspeito fez um movimento brusco com um objeto escuro nas mãos, que parecia ser uma arma de fogo, o que o levou a atirar para repelir uma possível agressão. O tiro atingiu de raspão o rosto de Antônio e o dedo indicador esquerdo. Posteriormente, foi constatado que o objeto na mão do suspeito era, na verdade, um celular.

O delegado afirmou que, após o disparo, Antônio foi socorrido pela equipe policial e levado ao Pronto Atendimento de Várzea Grande. O suspeito foi preso em flagrante e, dentro da casa, os policiais apreenderam R$ 125.814,00 em espécie, cuja origem não foi comprovada.

A Polícia Civil de Mato Grosso deve investigar o caso. Até o momento, a Corregedoria da Polícia Civil não se pronunciou sobre a abertura de um procedimento para apurar a conduta do delegado.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto

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