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O grupo liderado por um ex-presidente remodelou a governança da Unimed de forma a restringir o acesso a informações contábeis, segundo o Ministério Público

Foto: Olhar Direto

Operação Bilianz investiga esquema de corrupção na Unimed Cuiabá que teria gerado roubo de R$ 400 milhões

A Operação Bilianz da Polícia Federal mira membros da gestão 2019-2023 da Unimed Cuiabá, acusados de implementar um novo modelo de “governança” na cooperativa médica que facilitou práticas ilícitas, resultando em um roubo estimado em R$ 400 milhões.

As investigações apontam que a ação criminosa teve início na primeira gestão de Rubens Carlos de Oliveira Júnior, ex-Diretor Presidente, e da ex-Diretora Administrativo-Financeira, cardiologista Suzana Palma. Juntos, eles firmaram um contrato em 2016 com a advogada Jaqueline Lárrea, responsável por gerenciar todas as relações da Unimed Cuiabá com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e chefiar o Departamento Jurídico da cooperativa.

Um trecho da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) revela: “Foi ajustado também que o Departamento Jurídico, chefiado por Jaqueline, coordenaria o núcleo ANS da Unimed, inclusive com atribuições para propor ações estratégicas na área.”

A partir dessa nova governança, foi contratado um CEO, Eroaldo de Oliveira, em 1º de junho de 2020, e Tatiana Gracielle Bassan Leite foi designada como sua assessora, estabelecendo um novo núcleo de gestão. O documento de denúncia esclarece que este núcleo passou por mudanças de denominação ao longo dos anos, inicialmente chamado de Núcleo de Inteligência e Análise de Riscos (NIAD), e, a partir de 2021, transformou-se em Núcleo de Monitoramento de Normas Legais e Executivas, ampliando suas atribuições.

O Núcleo de Monitoramento, sob a liderança de Tatiana, manteve as funções do NIAD e incorporou áreas como Auditoria Interna, Gestão de Riscos, Controles Internos e Processos. Dessa forma, Eroaldo e Tatiana passaram a controlar informações contábeis e operacionais essenciais da Unimed Cuiabá, restringindo o acesso a dados que anteriormente eram de domínio geral.

“Consequentemente, os setores da operadora deixaram de ter acesso a informações que, até então, eram disponibilizadas irrestritamente. Dentro desse modelo de ‘governança’, tais dados somente seriam disponibilizados mediante prévia análise e autorização de EROALDO e/ou TATIANA, de acordo com as ordens e orientações de RUBENS, SUZANA e JAQUELINE”, destaca a denúncia.

Os denunciados exercitaram controle total sobre o fluxo de pagamentos da entidade, especialmente em relação às contas de prestadores de serviços. Além disso, outros setores também foram identificados como colaboradores no processo de restrição de informações, como a Superintendência Administrativo e Financeira, liderada por Ana Paula Parizotto desde junho de 2021, e a Superintendência de Provimento à Saúde. Essas superintendências desempenharam papéis fundamentais no esvaziamento e isolamento das áreas técnicas da cooperativa.

Ana Paula atuou diretamente nas transformações na contabilidade da Unimed Cuiabá em colaboração com Eroaldo e Tatiana, seguindo as determinações de Rubens e Suzana, orientadas pela advogada Jaqueline Lárrea. A investigação continua, buscando esclarecer todas as responsabilidades e os impactos das ações dos envolvidos.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto

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