Estudo aponta Mato Grosso como o maior beneficiado por tarifas impostas por Trump

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Foto: © Reuters/Carlos Barria/Proibida reprodução
ALMT

Um estudo conduzido por pesquisadores do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta que Mato Grosso poderá ser o estado mais beneficiado do Brasil com o novo pacote de tarifas comerciais anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A estimativa é de um impacto positivo de aproximadamente R$ 5,3 bilhões para a economia mato-grossense em 2025.

As tarifas analisadas no estudo foram anunciadas entre os dias 7 e 11 de abril e incluem:

  • Elevação das tarifas de importação dos EUA sobre produtos da China para 145%;

  • Aumento para 10% sobre importações de outros países;

  • Taxa de 25% sobre a entrada de automóveis e aço de qualquer origem;

  • Retaliação chinesa, com aumento das tarifas sobre produtos dos EUA para 125%.

Enquanto os Estados Unidos devem registrar queda de -0,7% no Produto Interno Bruto (PIB) e a China, -0,6%, o Brasil tende a experimentar um crescimento modesto de 0,01%. Esse aumento, ainda que pequeno, se concentraria em alguns segmentos do agronegócio, especialmente na exportação de sementes oleaginosas, como a soja.

Mato Grosso, maior produtor de soja do país, deve liderar os ganhos. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2024/2025 é de mais de 49 milhões de toneladas do grão, dentro de um total que pode ultrapassar 100 milhões de toneladas de grãos produzidos no estado.

O setor agropecuário, especialmente em regiões com forte vocação para exportação como Mato Grosso, tende a se beneficiar com o aumento da demanda global e com os preços internacionais mais favoráveis. Em contrapartida, estados mais industrializados, como São Paulo e Minas Gerais, devem registrar perdas estimadas em R$ 4 bilhões e R$ 1,16 bilhão, respectivamente, refletindo os prejuízos na cadeia produtiva industrial.

O levantamento também destaca que, embora os efeitos positivos estejam concentrados em setores como soja, petróleo, vestuário e produtos minerais, as importações de produtos agrícolas e industriais devem se intensificar no Brasil, influenciadas pela queda dos preços internacionais.

FONTE – RESUMO