Entre janeiro e 15 de junho de 2025, Mato Grosso registrou a menor área queimada dos últimos seis anos, com cerca de 240 mil hectares atingidos pelo fogo. O dado representa uma redução de 76% em relação ao mesmo período de 2024, conforme levantamento do Instituto Centro de Vida (ICV). Apesar da melhora, 86% das queimadas ocorreram de forma não autorizada, de acordo com o Monitor de Áreas Atingidas pelo Fogo no estado.
O volume de chuvas acima da média no primeiro semestre é apontado como principal fator para a redução dos focos de calor. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o mês de abril foi o mais chuvoso em Cuiabá desde 1961. Para o coordenador do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV, Vinicius Silgueiro, as condições climáticas ajudaram a conter os incêndios, mas o alerta permanece: “O período mais crítico do ano ainda está por vir, entre agosto e setembro. É essencial agir rapidamente no combate aos focos”.
Mesmo com a queda nos números, Mato Grosso segue como o terceiro estado com maior área queimada na Amazônia Legal em 2025, atrás de Tocantins (302 mil hectares) e Roraima (256 mil hectares). A maior parte do fogo atingiu o bioma Amazônico (62%), seguido pelo Cerrado (36%) e o Pantanal (1%).
O Pantanal, inclusive, já apresenta registros preocupantes. No período proibitivo — iniciado em 1º de junho, quando o uso do fogo é restrito — foram identificados 217 hectares queimados, especialmente em propriedades rurais e assentamentos na região de Cáceres.
A atividade agropecuária continua sendo a principal causa das queimadas. O levantamento aponta que 75% das áreas atingidas estão em imóveis rurais privados cadastrados. As terras indígenas representaram 12% das ocorrências, enquanto assentamentos responderam por 6,4% e áreas não cadastradas, por 5,6%.
Cinco municípios concentram mais de 25% da área queimada em Mato Grosso: Paranatinga (16.270 ha), Tangará da Serra (14.140 ha), Gaúcha do Norte (12.090 ha), Nova Maringá (9.630 ha) e Brasnorte (9.240 ha).
“O monitoramento é fundamental para identificar os responsáveis pelas queimadas ilegais e reforçar ações de prevenção e fiscalização”, concluiu Silgueiro.
FONTE – RESUMO