Em decisão tomada durante reunião emergencial nesta quarta-feira (28), os deputados estaduais de Mato Grosso optaram por adiar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de fraudes em empréstimos consignados envolvendo servidores públicos. O anúncio foi feito pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Russi (PSB), durante a sessão ordinária.
Segundo Russi, o entendimento entre os parlamentares é de que, neste momento, é mais prudente acompanhar os trabalhos técnicos iniciados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que já montou uma equipe especializada para apurar as denúncias. Ele destacou que a Assembleia vai monitorar de perto o andamento das investigações conduzidas pelo órgão.
“Nesse primeiro momento, a Assembleia definiu, no seu Colégio de Líderes, que vai trabalhar junto com o TCE, que já formou uma mesa técnica com profissionais capacitados. Vamos acompanhar tudo que chega até a Casa e, caso não fiquemos satisfeitos com os resultados, poderemos instaurar a CPI futuramente”, afirmou o presidente.
Durante seu pronunciamento, Max Russi também criticou a forma como o governo estadual decidiu suspender os descontos dos empréstimos da empresa Capital Consig. A medida foi tomada no mesmo dia em que a Assembleia se preparava para votar um decreto com o mesmo objetivo.
“Já havia um projeto de lei apresentado pelo deputado Wilson Santos, com meu apoio e de outros parlamentares, pedindo providências quanto à atuação da Capital Consig. A Assembleia já havia tomado a frente. Hoje, o governo agiu de forma correta ao suspender os contratos por 90 dias, mas isso poderia ter sido feito em sintonia com o Legislativo”, comentou.
A expectativa inicial era de que o Legislativo conduzisse sua própria investigação. No entanto, com a base governista defendendo cautela, os deputados decidiram aguardar os desdobramentos das apurações do Executivo e do TCE.
As denúncias, levantadas por entidades sindicais e pelo escritório AFG & Taques, apontam uma série de irregularidades envolvendo a empresa Capital Consig, responsável pela gestão do MTCard, o cartão de crédito consignado de servidores estaduais. Os relatos incluem contratos com valores distorcidos, cobranças indevidas e operações não registradas no Banco Central. Os prejuízos estimados podem ultrapassar bilhões de reais.
FONTE – RESUMO