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Avallone alerta para alta incidência de câncer no norte de MT, mas pede cautela em eventual proibição do glifosato

Foto: JL Siqueira/ALMT

Durante audiência pública realizada no Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT), o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) chamou atenção para o aumento expressivo nos casos de câncer em União do Norte, distrito de Peixoto de Azevedo. Segundo o parlamentar, a incidência da doença na região é cerca de 20% superior à média do restante do estado.

Avallone levantou ainda uma suspeita envolvendo possível contaminação radioativa. Ele mencionou relatos antigos sobre a deposição de resíduos tóxicos ou radioativos oriundos das usinas nucleares de Angra dos Reis na região de Cachimbo, no norte de Mato Grosso. “Eu não tenho certeza se isso ocorreu, mas existem registros e reportagens antigas sobre o assunto, inclusive visitas do então presidente Fernando Henrique Cardoso ao local. Por isso, encaminhei um questionamento ao Ministério da Defesa para apurar se houve, de fato, esse depósito de lixo atômico ou tóxico na região”, afirmou.

Segundo o deputado, relatos de moradores de União do Norte indicam um aumento no número de diagnósticos de câncer nos últimos anos. Enquanto agricultores culpam o uso de mercúrio no garimpo, garimpeiros responsabilizam os defensivos agrícolas utilizados nas lavouras, como o glifosato.

Apesar das preocupações levantadas, Avallone defendeu que qualquer decisão relacionada ao uso do herbicida glifosato deve ser tomada com base em evidências científicas e ponderação. Ele citou que órgãos reguladores de países como Estados Unidos, Canadá e França, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, não classificam o produto como cancerígeno em doses consideradas relevantes.

O parlamentar também ressaltou a importância econômica de Mato Grosso, estado que tem papel estratégico na produção global de alimentos, com capacidade para abastecer cerca de 800 milhões de pessoas. “Qualquer decisão precisa ser tomada com equilíbrio, porque proibir sem substituição viável pode gerar um problema muito maior”, alertou.

FONTE RESUMO

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