Soltura de motorista embriagado que matou criança atropelada na MT-040 revolta familiares
A liberdade provisória de Valdinei Gomes de Souza, de 51 anos, após provocar um grave acidente que resultou na morte de uma criança de 6 anos e deixou a mãe dela em estado crítico, tem gerado forte comoção e revolta entre os familiares das vítimas. Embriagado e sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Valdinei foi liberado mediante pagamento de fiança e agora cumpre medidas cautelares com uso de tornozeleira eletrônica.
O acidente aconteceu na madrugada do dia 18 de maio, na saída de Santo Antônio de Leverger (MT), na Comunidade Praia do Poço. Simone Galdino de Amorim, de 42 anos, e a filha, Helena Galdino de Amorim Batista, de apenas 6 anos, haviam acabado de sair de um carro capotado e recebiam ajuda de um motorista que parou para prestar socorro. Nesse momento, Valdinei, conduzindo um Fiat Strada branco, colidiu com o veículo parado e atropelou mãe e filha.
Helena foi encaminhada em estado grave ao Pronto-Socorro de Várzea Grande, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na quarta-feira (21). Simone continua internada na UTI do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), onde aguarda uma cirurgia delicada na artéria do coração.
O teste do bafômetro realizado na ocasião apontou 0,32 mg/L de álcool por litro de ar expelido — o equivalente a oito vezes o limite permitido por lei. Ainda assim, Valdinei não permaneceu preso. A Polícia Civil também confirmou que o motorista não possuía habilitação para dirigir.
“Ele foi preso, mas o grau de embriaguez não foi suficiente para mantê-lo detido. Pagou fiança e está em casa, com tornozeleira. Já minha filha está no cemitério”, desabafou Jakson Oliveira, pai de Helena e marido de Simone, em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde.
Segundo ele, a família voltava do Distrito de Barranco Alto quando o acidente ocorreu. “Ela conseguiu tirar a Helena do carro e foi pedir socorro na pista. Um senhor parou para ajudar. Quando veio esse homem, bateu no carro do socorrista e depois atropelou as duas. Eu vi minha filha toda destruída”, relatou Jakson, emocionado.
A indignação da família aumentou após a divulgação de que Valdinei já possui histórico de violência. De acordo com o Programa do Pop, ele teria sido acusado anteriormente de tentar matar o próprio patrão com o remo de uma canoa enquanto trabalhava em uma pousada. “Ele não é réu primário”, destacou a emissora.
Para os familiares, a decisão judicial que permitiu a soltura do motorista representa uma grave falha do sistema de Justiça. “Nossa lei não vale nada. Um trabalhador perde o carro numa blitz por causa de uma cerveja. Esse homem mata uma criança, fere uma mãe gravemente e sai no mesmo dia pagando fiança. Não dá para entender”, lamentou Jakson.
A Polícia Civil segue investigando o caso.