A 8ª fase da Operação Sisamnes, que investiga esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), tem como principal alvo o juiz Ivan Lúcio Amarante, da comarca de Vila Rica. O magistrado já vinha sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2024, conforme confirmado pelo Olhar Direto.
Atendendo a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, além do afastamento de Amarante de suas funções públicas. A decisão judicial também prevê o bloqueio de bens e valores que totalizam cerca de R$ 30 milhões, assim como a proibição de deixar o país, com o recolhimento do passaporte do juiz.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações revelaram um esquema para disfarçar o pagamento de propinas mediante decisões judiciais favorecidas. A apuração ganhou novo impulso após a apreensão do celular do advogado Roberto Zampieri, encontrado morto em dezembro de 2023 em Cuiabá.
Na última terça-feira (27), o CNJ confirmou, por unanimidade, a abertura de processo administrativo disciplinar contra Amarante e manteve seu afastamento cautelar. O relator do caso no CNJ, ministro Mauro Campbell Marques, destacou indícios de condutas graves, como favorecimento em sentenças e uma relação de subserviência do magistrado ao advogado Zampieri, que teria influenciado diretamente as decisões judiciais.
Com a operação atual, o caso migra da esfera administrativa para a penal, sob coordenação do STF e atuação da Polícia Federal. O nome da operação, Sisamnes, remete a um juiz da antiguidade persa punido por corrupção, simbolizando a seriedade das irregularidades apuradas.
FONTE – RESUMO