Mato Grosso tem a segunda menor proporção de pessoas com deficiência no país, mas enfrenta desafios na educação

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    Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

    Mato Grosso registrou a segunda menor proporção de pessoas com deficiência do Brasil, conforme revelam os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados na última sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estado tem 202.822 pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 5,7% da população — índice inferior apenas ao de Roraima.

    Apesar da baixa proporção em relação ao total de habitantes, os dados mostram dificuldades estruturais, especialmente no campo da educação. Entre adolescentes com deficiência de 15 a 17 anos, a taxa de analfabetismo em Mato Grosso é de 14,05%, colocando o estado como o quinto pior do país nesse indicador. Apenas Amapá, Maranhão, Paraná e Piauí apresentam índices mais elevados. O dado acende o alerta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes e inclusivas no sistema educacional, com capacitação profissional e infraestrutura adequada para atender esse público.

    A população total de Mato Grosso com dois anos ou mais é de aproximadamente 3,5 milhões. Dentre os que declararam ter alguma deficiência, 92 mil são homens (5,1%) e 111 mil são mulheres (6,3%). Em relação ao perfil racial, a maioria é composta por pessoas pardas (108,4 mil), seguidas por brancas (65,8 mil) e pretas (26,1 mil).

    A maior parte das pessoas com deficiência tem entre 50 e 79 anos (49,6%), e 9,1% têm 80 anos ou mais. As deficiências mais frequentes envolvem visão (3,3%), totalizando cerca de 116,7 mil pessoas; mobilidade nos membros inferiores (1,9%), com 68,7 mil; destreza manual, limitações mentais e audição, todas com índices próximos de 1,1%, afetando entre 37 mil e 39 mil pessoas em cada categoria.

    A presença de pessoas com deficiência em lares mato-grossenses também é a menor do país. Apenas 12,9% dos domicílios no estado possuem ao menos um morador com deficiência. Em contraste, estados como Piauí, Alagoas e Maranhão superam a marca de 20%.

    FONTE – RESUMO