PM acusado de feminicídio será julgado por tentativa de homicídio contra adolescente em Cuiabá

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    Foto: Reprodução
    ALMT

    O soldado da Polícia Militar Ricker Maximiano, 35 anos, preso pelo assassinato da esposa Gabrieli Daniel de Sousa, 31, será julgado por outro crime violento cometido em 2018. O julgamento pelo Tribunal do Júri estava previsto para esta quarta-feira (28), referente à tentativa de homicídio contra um adolescente de 17 anos, identificado pelas iniciais W.V.S.C., baleado após presenciar uma discussão entre o policial e sua então namorada.

    De acordo com denúncia apresentada em 2020 pela promotora de Justiça Regilaine Magali Bernardi Crepaldi, o crime ocorreu na noite de 23 de junho de 2018, na Avenida General Melo, em Cuiabá. O adolescente caminhava com dois amigos quando presenciou a briga do casal. Incomodado com a presença dos jovens, Maximiano teria reagido com hostilidade, sacando uma arma e ordenando que eles se afastassem. Em seguida, passou a persegui-los e efetuou disparos pelas costas, atingindo o adolescente no glúteo.

    A vítima foi submetida a uma cirurgia de urgência e sobreviveu graças ao atendimento médico rápido. No entanto, ficou com sequelas permanentes na função urológica, sendo necessário o uso contínuo de sondas para esvaziamento da bexiga.

    O Ministério Público apontou que o crime foi cometido por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima. Maximiano foi denunciado com base no artigo 121, §2º, incisos II e IV, combinado com o artigo 14, inciso II, do Código Penal.

    Além desse episódio, o soldado responde a pelo menos cinco inquéritos na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar e é réu em outras três ações penais, incluindo uma na Comarca de Várzea Grande.

    Feminicídio

    O novo crime, ocorrido na noite do último domingo (25), chocou a população de Cuiabá. Maximiano é acusado de matar a esposa Gabrieli a tiros dentro da casa da família, localizada na rua Paraju, bairro Praeirinho. Após o crime, ele fugiu levando os dois filhos do casal, de 3 e 5 anos.

    Ao ser preso, o PM apresentou a pistola .40 usada no homicídio. Em depoimento à Polícia Civil, limitou-se a dizer que estava arrependido e “destruiu a vida da família”, mas evitou comentar os detalhes do assassinato. Segundo os advogados de defesa, o policial estava emocionalmente abalado e chorava durante a oitiva.

    O delegado Edson Pick, responsável pela investigação, criticou a atuação da Polícia Militar, acusando a corporação de interferência na cena do crime ao remover a arma, o que pode comprometer a apuração dos fatos.

    Ainda não há confirmação se o julgamento pela tentativa de homicídio de 2018 ocorrerá na data prevista, diante da nova prisão do militar pelo feminicídio.

    FONTE – RESUMO