Politec descarta espancamento e aponta que cortes em corpo de Gabrielli foram feitos durante necropsia

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    Foto: Reprodução

    O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), divulgado nesta semana, refutou a hipótese de que Gabrielli Daniel de Souza, de 31 anos, assassinada pelo marido — o policial militar Ricker Felipe de Souza — tenha sido vítima de tortura. Conforme o documento, os hematomas e cortes identificados no corpo da vítima são decorrentes de procedimentos técnicos realizados durante a necropsia.

    Segundo a Politec, as incisões — localizadas no braço, nas costas e atrás da orelha — fazem parte de um protocolo padrão, necessário para localizar projéteis, identificar a trajetória dos disparos e reunir dados para a investigação criminal. “O exame de necropsia não apontou lesões corporais decorrentes de agressões, exceto as lesões por arma de fogo que causaram a morte da vítima”, afirma trecho do laudo oficial.

    Apesar das conclusões periciais, familiares de Gabrielli contestaram a versão. Parentes relataram à imprensa que o corpo da jovem estava desfigurado, apresentando sinais aparentes de violência, como cortes, inchaço no rosto e fraturas no maxilar. A denúncia foi reforçada por uma prima da vítima, que expressou indignação ao descrever o estado do corpo durante o velório, ocorrido no estado do Pará, onde Gabrielli nasceu.

    O crime

    Gabrielli foi morta a tiros no último domingo (25), dentro da própria residência no bairro Praeirinho, em Cuiabá. Os filhos do casal, de três e cinco anos, presenciaram o assassinato.

    Testemunhas relataram ter ouvido os disparos, mas acreditaram se tratar de fogos de artifício em razão de uma partida do Flamengo, que havia acabado minutos antes. Após o crime, o policial militar deixou o local com as crianças, ainda fardado, e as levou à casa do pai, onde também deixou o veículo e a arma utilizada — uma pistola calibre .40.

    A conduta da Polícia Militar no atendimento à ocorrência gerou controvérsia. O delegado Edison Pick criticou a retirada da arma do local por policiais militares antes da chegada da equipe da Polícia Civil, apontando possível interferência na cena do crime.

    Ricker Felipe de Souza se apresentou espontaneamente à polícia na madrugada de segunda-feira (26). A prisão em flagrante foi convertida em preventiva. As investigações seguem sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

    FONTE – RESUMO