Após caso de cuiabana morta na Bolívia, vice-presidente do CRM-MT recomenda que pacientes se informem

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Foto: Reprodução
ALMT

Olhar Direto

Após o caso da cuiabana Janeane Rodrigues da Silva Fidelis Klug Cresqui, 42 anos, que morreu após procedimento cirúrgico, em uma clínica da cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, no último final de semana, o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), o cirurgião plástico Gabriel Felsky, afirmou que se submeter a procedimento médicos fora do Brasil é sempre um risco. Em entrevista ao Olhar Direto, o médico recomendou aos pacientes que busquem muita informação antes de submeterem a alguma cirurgia em qualquer lugar e avaliou que o que atrai os brasileiros para procedimentos fora do país é o preço.

O Dr. Felsky recomenda que antes de fazer qualquer procedimento cirúrgico, principalmente fora do Brasil, que o paciente busque muita informação sobre o local e o médico que irá fazer a operação.

“As pessoas tem que procurar se informar mais a respeito do local onde ela vai fazer a cirurgia plástica. Saber se o local é regulamentado através de agências, por exemplo. Em outro país não tem Anvisa, não tem Conselho Regional, mas tem agências que regulam isso. Saber se o médico é realmente cirurgião plástico, se tem capacitação, onde fez a residência. E é importante também ouvir outras pessoas que operaram lá, para ter alguma referencia, não só ir atrás de pessoas que fazem propagandas”, disse.

O vice-presidente avalia que os procedimentos cirúrgicos de fora do Brasil são mais atrativos por causa da diferença no preço, que costuma ser mais alto em nosso país por causa dos impostos.

“Estes procedimentos em países de economia mais pobre são realmente mais baratos por uma série de fatores. Lá eles pagam bem menos impostos nestes produtos importados, como as próteses de mama e os materiais cirúrgicos. Mas tem também os próprios impostos que pagamos aqui, como ICMS, imposto da Vigilância Sanitária, imposto do CRM, e que lá não tem. Então realmente sai muito mais barato nestes países do que aqui, e eu vejo que este é o principal atraente para os pacientes buscarem estes procedimentos lá fora, não a qualidade do serviço, mas a questão de preço”, afirmou.

O médico pediu que os pacientes tenham cuidado com relação a procedimentos médicos, que podem levar a conseqüências sérias, como foi o caso de Janeane.

“O paciente deve estar bem informado, sobre o local onde vai fazer o procedimento, sobre quem vai operar, pesar todos os riscos e benefícios. Pesar que quando ele operar fora do país ele vais estar em um lugar onde ele é estrangeiro, uma pessoa desconhecida, e é sempre mais difícil resolver qualquer problema que por ventura venha ter, está longe dos seus familiares e conhecidos. Então o paciente deve pesar bem este tipo de coisa”
 
Morta na Bolívia

Janeane Rodrigues da Silva Fidelis Klug Cresqui, 42 anos, morreu após procedimento cirúrgico, em uma clínica da cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, no último final de semana. A mulher era servidora pública e teria pago cerca de R$ 10 mil para pela lipoaspiração na barriga. Ela foi de ônibus para o país vizinho e retornou dentro de um caixão, com diversos hematomas pelo corpo.
 
O atestado de óbito, emitido no país vizinho, aponta que a vítima sofreu infarto cardíaco em decorrência de um coágulo intravascular. A morte foi confirmada às 15h30, do último sábado (23). O documento detalha ainda que a paciente entrou em um quadro de palidez, ficou fria e que não era possível ouvir a frequência cardíaca dela.

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