TJ diz que falha em sistema permitiu liberdade de sequestrador

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ALMT

O Tribunal de Justiça informou que um erro entre os sistemas do Poder Judiciário, Secretaria de Estado de Segurança (Sesp) e Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) permitiu que o sequestrador Kelves Gonçalves da Silva, de 28 anos, fosse colocado em liberdade mesmo não tendo direito.

"Kelvinho", como é conhecido, é suspeito de participar do sequestro da empresária Milene Falcão Eubank e atirar contra o policial civil Sidney Ribeiro dos Santos.

A empresária foi sequestrada na sexta-feira (17), por volta das 17h30, no Bairro Quilombo, em Cuiabá. A Polícia conseguiu estourar o cativeiro e resgatá-la por volta das 3 horas da madrugada de sábado (18). Na ocasião, houve troca de tiros entre policiais e bandidos. O investigador foi atingido no rosto por Kelvinho. Ele conseguiu fugir. Outros oitos bandidos foram presos.

Conforme nota encaminhada pela assessoria de imprensa do TJ, o criminoso foi preso em 2014 por tráfico de drogas.

Um ano depois, teve o alvará de soltura expedido pela 13ª Vara Criminal, “com competência de processar e julgar os feitos relativos aos delitos tóxico”.

Ocorre que, nesta data, Kelvinho já estava condenado a 16 anos e quatro meses de prisão pelo assassinato de Duaney Pereira dos Santos, ocorrido em março de 2011.

No entanto, ao liberar o criminoso pelo crime de tráfico de drogas, a falha no sistema impediu a verificação da existência de condenação por homicídio.

Na nota, a assessoria de imprensa do TJ realçou que um novo mandado de captura para cumprimento de pena foi expedido naquela época em nome do criminoso.

Por conta do erro, Kelvinho já está solto há mais de dois anos. Nesse período, além de participar do sequestro da empresária e atirar no policial, ele é acusado de matar o taxista Douglas da Silva, de 34 anos, em agosto.

Naquela ocasião, quatro criminosos torturaram e mataram o taxista. O crime foi filmado e as imagens, enviadas à família da vítima pelo aplicativo WhatsApp.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo do taxista foi encontrado em uma região de mata, próximo ao aterro sanitário de Cuiabá, que fica no Bairro Barreiro Branco. Ele estava caído próximo ao carro dele.

Douglas tinha um corte profundo no peito em direção ao coração e no pescoço. A suspeita é de que uma rixa entre facções criminosas tenha motivado o crime.

 

Ficha criminal

Pesa ainda contra Kelvinho o assassinato de Jucenil Oliveira dos Santos, em outubro de 2010, no Bairro Novo Paraíso, na Capital.

Conforme o MPE, na ocasião, ele e um comparsa", “valendo-se de arma de fogo não apreendida nos autos, desferiram vários tiros contra a vítima”.

Ainda segundo o MPE, a suspeita é DE que uma dívida de drogas tenha motivado o crime.

Kelvinho também é acusado pela morte de RomÁrio da Silva Gama. O processo desse caso está em segredo de Justiça.

 

O sequestro da empresária 

A empresária Milene Falcão Eubank foi sequestrada enquanto buscava o filho em uma escola no bairro Quilombo, em Cuiabá, no início da noite de sexta-feira (17).

Ela foi resgatada após 12 horas de cárcere privado no bairro Centro América.

Conforme a polícia, o sequestro ocorreu após um veículo com cinco suspeitos se aproximar do Hyundai Santa Fé, de cor branca, da empresária.

Dois homens desceram do carro, abordaram Milene e saíram com o carro da vítima, com ela junto.

O delegado Vitor Hugo relatou que, inicialmente, os bandidos tentaram roubar apenas o veículo, porém perceberam que a vítima poderia oferecer mais. “Eles perceberam o poder aquisitivo e começaram a fazer a extorsão”, afirmou.

Nas diligências em busca da empresária, policiais e bandidos entraram em confronto e Sidney acabou baleado.

O investigador passou por uma cirurgia para retirado do projétil e continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Benedito. 

 

Leia nota do Tribunal de Justiça: 

Kelves Gonçalves da Silva foi preso por tráfico de drogas no processo código 322181 e teve o alvará de soltura expedido pela 13ª Vara Criminal – com competência de processar e julgar os feitos relativos aos delitos de tóxicos – em 07/08/2015, quando foi colocado em liberdade. Ocorre que nesta data o réu estava condenado por homicídio no processo código 305886, desde 28/05/2013.

O que houve foi a ausência de integração de dados entre os sistemas do Poder Judiciário, Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que impediram a verificação da existência de condenação por homicídio. Um novo mandado de captura para cumprimento de pena já foi expedido em nome do condenado.

Midia News.

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