Fala meu Povo MT

População da região sul sonha com vida melhor após atendimento na Caravana da Transformação

População da região sul sonha com vida melhor após atendimento na Caravana da Transformação - Foto por: GCom/MT - Francisco Alves

inda era noite quando a dona de casa Maria Ferreira dos Santos, de 66 anos, chegou em Rondonópolis para realizar o seu maior sonho: voltar a enxergar. A aposentada deixou o assentamento onde mora, conhecido como Carimã, e viajou cerca de 60 quilômetros em busca de tratamento para a sua visão na 11ª edição da Caravana da Transformação, que começou neste domingo (03.12) na cidade.

Há quase quatro anos, Maria começou a reclamar da vista aos familiares. Nos desabafos, a aposentava relatava dificuldades para realizar as atividades doméstica do dia a dia, como lavar roupas e limpar a casa. Mas foi neste ano que a visão de Maria piorou e a dona de casa passou a ver as pessoas e coisas como “vultos” e ter dificuldades para andar sozinha em casa.

“Minha mãe reclama muito da falta de visão. Para ir ao banheiro, por exemplo, hoje ela precisa ir se apoiando nos móveis e ainda assim com dificuldade. Ela deseja enxergar de novo para voltar a fazer os serviços domésticos que gostava de realizar. Deus vai nos abençoar para que minha mãe consiga realizar este sonho. O que precisar vou fazer para que isto aconteça”, disse a filha da aposentada, Lordes Ferreira dos Santos, de 40 anos, que acompanha a mãe na consulta.

A visão prejudicada de Maria é motivada pela catarata, problema oftalmológico que está afetando 80% da visão da dona de casa e que foi diagnosticado pelos médicos da ação neste primeiro dia de Caravana. 

Agora, a aposentada se prepara para operar a vista e realizar o sonho de voltar a enxergar como antes retornando assim às suas tarefas que tanto gostava de fazer. “Tenho esperança de voltar a enxergar porque quero fazer as minhas coisas: cozinhar, lavar e fazer os serviços da casa”, disse Maria.

Outro que também espera receber uma boa notícia é o aposentado Valmor Rodrigues, de 70 anos. O idoso que por muitos anos trabalhou como caminhoneiro aguardava a sua vez para se consultar.

Valmor perdeu a visão do olho esquerdo quando ainda trabalhava na boleia do caminhão. Porém, o medo de sofrer algum acidente nas estradas que percorria motivou o caminhoneiro a abandonar a profissão, da qual lembra com muito orgulho. “Transportava grãos, carnes e outros produtos”, relatou.

Participando da caravana, Valmor deseja recuperar a visão e voltar a guiar o volante de um caminhão, trabalho que executou por mais de três décadas. “Espero voltar à atividade de caminhoneiro, profissão que trabalhei por 38 anos”, destacou.

Maria e Valmor são algumas das 8 mil pessoas que devem passar por consulta e das 6.500 que devem operar os olhos nesta edição da Caravana da Transformação, em Rondonópolis.

“Os pacientes chegam até a caravana pelo município e já estão regulados. Aqui de Rondonópolis existem pacientes que estão há mais de quatro anos na espera pela cirurgia. Todos aqueles que estavam na regulação, identificados com baixa visão e que necessitam deste acolhimento foram devidamente regulados e agendados do dia de hoje até o dia 10. Disponibilizamos vagas os municípios da região e hoje começou o apoio de diagnóstico, consulta e exames, para ter certeza sobre o problema e encaminhá-lo para cirurgia, que é realizada a nível ambulatorial”, explicou a coordenadora de saúde da Caravana da Transformação, Simone Balena.

A 11ª edição da Caravana da Transformação iniciou neste domingo (03.12) com os atendimentos oftalmológicos. O evento, que atenderá a população de Rondonópolis e outros 18 municípios da região Sul, está sendo realizado no estacionamento do Estádio Engenheiro Luthero Lopes até o dia 17 de dezembro com uma estrutura especial para a cidade que é a terceira maior do Estado.

“Devido ao grande contingente populacional, a ação precisou se estender em um período superior ao que vinhamos trabalhando. Então, vamos ficar aqui praticamente 15 dias. Além disso, os serviços e a estrutura também foram ampliados. São mais de 70 serviços oferecidos em um espaço em torno de 13 mil metros, sendo a maior já realizada até hoje”, disse o coordenador-geral e secretário de Estado do Gabinete de Governo, José Arlindo de Oliveira.

Sair da versão mobile