Kleber Lima nega possibilidade de sair da Cultura para fazer campanha de Taques

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ALMT

Conhecido por sua atuação como marketeiro, ‘responsável’ pelas campanhas de Carlos Bezerra para o senado, Wilson Santos para a prefeitura de Cuiabá, Dilceu Rossato para Sorriso e Dilceu Dalbosco para Sinop, o jornalista Kleber Lima assumiu, no último dia 22 de janeiro, um novo desafio: tocar a Secretaria de Estado de Cultura sob um histórico de descontentamento da classe artística, rejeição popular ao governo e medo de que ele abandone o barco para trabalhar pela reeleição do atual governador Pedro Taques.

Esta alternativa, no entanto, ele nega. “Esse assunto eu posso, hoje, assegurar com bastante certeza que a possibilidade de eu sair daqui pra fazer a campanha do governador Pedro Taques é quase zero”, disse o secretário ao Olhar Conceito, em entrevista realizada no último dia 19 de fevereiro, pouco antes do ‘Showdré’, evento que marcou o início de sua gestão.

Kleber falou sobre como encontrou a Secretaria, seus planos para aproximá-la dos artistas, como vai se ‘virar’ com o baixo orçamento, quais políticas mantém e quais terá que modificar neste ano, que é ‘mais curto do que o normal’.

Leia abaixo a entrevista completa:

Olhar Conceito – Como você encontrou essa secretaria?

Kleber Lima – A secretaria tem um bom grau de organização interna, por aquilo que a gente já tinha identificado foi necessário fazer uma modernização da estrutura burocrática da secretaria, só que, é uma autocrítica que eu não tenho problema em fazê-la, como governo, porque eu já estava no governo antes de estar aqui, já tinha me envolvido um pouco na gestão de crises de relacionamento da secretaria com os segmentos artísticos, e eu acho que é uma autocrítica necessária a gente fazer, que esse processo de modernização, embora necessário, ele não dedicou uma atenção especial a esse processo. A forma desse encaminhamento foi defeituosa. O que gerou um certo fosso, distanciamento, dos artistas com a secretaria.  Identificado isso, nosso esforço inicial foi de reaproximar os artistas daqui, então assim, a gente está ainda completando um mês aqui, porque foi no dia 22 que nós viemos, eu, e a Emanuelly, que é minha adjunta, a equipe que me acompanhou pra cá, e nós priorizamos quase que exclusivamente, nestes primeiros dias aqui, em abrir a secretaria pra receber os artistas. Então vieram aqui dezenas de artistas, dar as boas vindas, nós estamos felizes pela acolhida que recebemos, né, acho que eles entenderam essa nossa disposição de reabrir o diálogo com eles, e por entendermos que, sem o artista, a Secretaria não tem o que oferecer à sociedade. Não é papel do dirigente, do gestor, fazer entrega, produzir o resultado. Quem produz são os artistas, nosso papel aqui é estimulá-los, apoiá-los, e pra isso a gente precisa ouvi-los, pra ter um diálogo.

OC – E quais eram os principais anseios deles?

KL – São diversos. Eu acho que o principal deles era serem ouvidos. Serem enxergados. O que a gente já começou a fazer. Este evento que a gente realiza hoje, o Showdré, por exemplo, ele pode dar um exemplo prático, material, dessa nossa disposição. Um evento que só está acontecendo pelo trabalho voluntário dos artistas, especialmente dos amigos do Antônio Sodré. Eles sentiram segurança, ficaram felizes de a gente lembrar do Antônio, e sentiram segurança na forma com que nós estamos conduzindo isso. Na verdade o evento não é da Secretaria apenas, é da Secretaria e deste grupo de artistas voluntários. É mais deles, até, do que nosso, porque nós estamos investindo muito pouco. Então a ideia virou coletiva.

OC – Mas a ideia partiu de vocês?

KL – É, era um sonho meu, muito pessoal, porque eu era amigo do Antônio e o Showdré, inclusive, nasceu como título de uma crônica que eu escrevi em homenagem póstuma a ele, quando eu soube da morte dele com dois ou três dias de delay, porque eu não estava em Cuiabá quando ele faleceu, quando ele fez a passagem, e como diz o Raul, ‘um sonho que se sonha só, é só um sonho, mas um sonho que se sonha junto é realidade’. E nós estamos vivenciando essa realidade porque nós sonhamos juntos e está aí. O evento vai acontecer hoje, já é um sucesso, pelo volume do envolvimento dos artistas com o projeto, a energia boa que tudo isso trouxe pra todos nós, e porque foi feito no sistema de autogestão. A secretaria apenas colocou a ideia e veio apoiando, mas as decisões todas, mais importantes, de formato, arrecadação, a sequência de apresentações, foram todas tomadas pelos artistas.

OC – E vai ser um marco do início dessa gestão?

KL – Eu acredito que sim. É um aprendizado que todos nós obtivemos, é uma conquista nossa, coletiva também, e como está dando certo eu acho que é um caminho pra gente perseguir, de fazer as coisas junto. Quando a gente faz junto o resultado sempre é melhor.

OC – Uma das principais críticas dos artistas em relação à gestão passada era a burocracia. Na prática, o que você pensa em fazer para desburocratizar a Secretaria?

KL – A crítica é procedente. Nós tivemos agora que suspender o edital de lambadão, que estava publicado quando chegamos aqui, exatamente porque no dia que venceu o edital não tinha nenhuma inscrição. E os relatos dos artistas pra gente era de que eles não conseguiam cumprir, preencher todos aqueles requisitos. Nós suspendemos o edital, já estamos com ele reformulado, mudamos o escopo, não vai ser mais aquele modelo de contratar bandas pra elas se exibirem… vai ser um festival, como o nome festival diz. As bandas vão se inscrever e serão premiadas uma parte. A grana que seria utilizada pra contratar um determinado número, vai ser revertida com premiação àqueles que se destacarem segundo gosto popular, dos jurados, enfim. E eles usam o dinheiro como eles quiserem depois, porque aí é prêmio. Prêmio eles podem utilizar como eles quiserem. Então acho que isso já é uma demonstração do nosso entendimento, da nossa sensibilidade pra ouvir.

OC – Este edital também foi feito em conjunto?

KL – A gente ouviu as reclamações, e de todas a principal era o grau de complexidade. Então a gente está simplificando, e pra gente não perder mais tempo, porque esse ano é um ano muito curto, a rigor. A rigor o ano civil brasileiro está começando hoje, que é a primeira segunda-feira após o carnaval. Todo mundo fala que o Brasil só começa depois do carnaval, então é hoje o marco inicial do ano de 2018. E um ano que acaba, na prática, pra você formular políticas, ações, até 30 de junho, por aí. Porque aí começam as eleições, você tem uma série de restrições legais, não pode mais fazer transferência voluntária de recursos, não pode fazer eventos com determinada característica, então a gente tem aí quatro meses, na verdade, pra poder executar e encaminhar as coisas. Depois de estar tudo contratado, encaminhado, aí os eventos podem acontecer, no período eleitoral, sem nenhuma restrição, mas a gente tem pouco tempo para concretizá-los.

OC – Dos projetos que eram carro-chefe da outra gestão, como por exemplo o ‘Vem pra Arena’, o ‘Circula MT’, o que vocês vão continuar, o que não vão mais fazer?

KL – Na verdade a nossa intenção é continuar com tudo o que foi planejado, porque é uma política de governo. E é importante que seja assim, pra que não sofra solução de continuidade a cada substituição do secretário, do gestor. O governo é o mesmo, o governador continua sendo o Pedro Taques, a orientação da política que vinha sendo executada é do governo, então até pra desresponsabilizar um pouco o gestor, não ficar fulanizando, ‘ah, o A foi melhor ou pior que o B’, se está certo, é um acerto do governo. Se está errado, é um erro do governo. Eu penso assim. E aquilo que for possível executar, do que está planejado, a gente vai continuar executando. Por exemplo, das oito edições já contratadas do Vem pra Arena, nós temos seis por realizar. O que vai determinar a quantidade de eventos que vamos fazer do Vem pra Arena é o financeiro. Cada etapa dessa custa R$350 mil, é o que esta licitado. Mas o governo, não é segredo pra ninguém, passa por um momento de extrema dificuldade financeira. Já levei o assunto ao governador, ele está analisando a proposta que eu fiz a ele do número de ‘Vem pra Arena’ que nós poderemos realizar esse ano, e estou aguardando este resultado. Vai depender da disponibilidade financeira.

O Circula MT tem que ser concluído, nós ainda devemos, ainda temos doze ou dezesseis projetos do Circula MT para realizar, e falta recursos financeiros. E já temos que lançar também o próximo edital para contratar os novos projetos para executar a partir do ano que vem. Eu acho que se a gente conseguir concluir esse edital, que é de 2016, este ano, a gente já terá conseguido avançar bastante.

Tem ainda o MT Criativo, que tem também bastante projetos interessantes, tem ainda o edital do audiovisual que está vencendo essa semana, temos os museus que já estão com os editais, quatro museus, Rondon, de Artes, de Arte Sacra e o de História Natural, que também já estão com toda a parte formal finalizada, só falta assinar o contrato e aportar os recursos pra reabri-los. Isso também já está na mesa do governador pra que ele decida o valor a ser reportado. Temos a residência dos governadores, ainda no patrimônio histórico, que tem um monte de embaraços jurídicos, que precisamos desembaraçar. Já estamos em diálogo permanente com a Procuradoria Geral do Estado e esperamos conseguir resolver esse problema ainda no mês de março. E os equipamentos que já funcionam que estão com risco de fechar, por falta de dinheiro pra honrar os compromissos nossos, como, por exemplo, o Cine Teatro de Cuiabá. Ah, permitido depois dessa entrevista uma manchete ‘Cine Teatro pode fechar’? Até é, porque na vida tudo é possível, né? Mas nós estamos aqui fazendo todo o esforço necessário, hoje deveremos fazer um pagamento parcial, já estamos dialogando com o Cena Onze, com o Flávio Ferreira, para que essa possibilidade seja descartada, ou bastante diminuída. É a nossa prioridade não fechar aquilo que está funcionando, e depois abrir aquilo que está fechado.

OC – Essa questão das Organizações da Sociedade Civil também foi um assunto criticado pela classe artística, com a Gestão Compartilhada.  Qual é sua visão sobre ela?

KL – Primeiro, como eu disse, essa é uma decisão de governo, não é uma decisão apenas do secretário. E os chamamentos públicos já foram realizados. O momento de contestação era nesse momento, em que foram lançados editais. Porque as empresas, as OSCs que participaram, elas jogaram com uma regra que não foram elas que criaram. Foi o governo que criou a regra. As empresas, para participarem de qualquer processo de seleção, de licitação, elas investem tempo, dinheiro. Não é justo com elas, agora, simplesmente chegar lá e falar que não vamos mais fazer. Embora seja uma prerrogativa do Estado. O Estado pode desistir daquela contratação. Mas eu acredito que hoje a melhor solução para que a gente coloque esses equipamentos em funcionamento para atender ao público é através da gestão compartilhada. O Estado não dá conta mais de organizar tudo, de executar tudo. O Estado não tem tempo, não tem pessoal humano, não tem recurso humano… é muito mais eficiente, desde que as empresas sejam sérias, de que a regra seja uma regra transparente, que a sociedade possa acompanhar, fiscalizar, né? Eu acho que é um caminho meio sem volta no Brasil inteiro, no mundo, em outras áreas do poder público a gente já tem boas experiências. Como tem experiências ruins também, de terceirização. O que importa é que o controle desses equipamentos continue público, e com a sociedade. O controle social por meios diversos, e abrir a Secretaria pra ampliar esse diálogo com a classe é também uma forma de estabelecer o controle social. Ouvindo você percebe que o segmento tem como contribuição a dar, e havendo sensibilidade você aplica, corrige rumos, etc. Me parece que é um caminho meio sem volta esse, e se nós queremos abrir e botar esses equipamentos funcionando, o mais rápido possível, hoje [a solução] é continuar com esse processo. Me parece que não há, até agora não chegou ao meu conhecimento, nenhuma crítica, nenhuma denúncia de que tenha havido problemas no chamamento público. Então os processos ocorreram com idoneidade, com transparência, ganhou os que tinham que ganhar, com justiça, né? Então, se isso está correto, vamos seguir o bonde pra gente não perder mais tempo.

OC – Qual é o orçamento da pasta hoje?

KL – R$47 milhões. A proposta orçamentária que foi enviada pra Assembleia no ano passado era em torno de R$60 milhões, houve um remanejamento lá, dos Deputados, o que é prerrogativa deles também. É um orçamento igual ao do ano passado, muito próximo. Ele é suficiente? Não. É óbvio que eu desejaria, como gestor, ter um orçamento duplicado, triplicado, multiplicado, pois quanto mais dinheiro, você pode realizar mais. Mas nós vamos tentar realizar mais com o que temos.

OC – E o que dá pra fazer com isso?

KL – Esse Showdré é um exemplo. Estamos realizando ele quase a custo zero pra secretaria. A gente está entrando com o que a gente já tinha. A Casa Cuiabana, contratos de som que já temos, que muitas vezes a gente usa isso atendendo demandas de segmentos da sociedade, e a gente está usando pra realizar algo que representa vários segmentos importantes, porque o Antônio Sodré não era somente poeta, ele era músico, era performer, então ali, nesse evento de hoje, você tem poesia, tem música, tem artes cênicas, tem artes plásticas, tem tudo isso. Tem audiovisual que a gente vai exibir num mini-documentário sobre a vida do Antônio, então é um evento multifacetado, que está saindo praticamente a custo zero, com a participação de todos, o que gera mais criatividade, gera soluções mais criativas. Essa é uma política a ser seguida, eu acho que dessa forma a gente consegue multiplicar o pouco que tem.

OC – Pra você, como jornalista, que nunca tinha trabalhado especificamente na Secretaria de Cultura, como você foi recebido, como é este novo desafio?

KL – Com surpresa, muito positivamente. Até porque eu acho que é um grande equívoco das pessoas. O jornalista é formado no Instituto de Linguagens. A linguagem é a primeira manifestação artística do homem, porque ele aprendeu a se relacionar com o mundo através da linguagem verbal e não-verbal, desde os hieróglifos, as pinturas rupestres, o homem vem evoluindo na medida em que evolui em sua forma de comunicação. Então eu não me sinto um estranho no ninho. Por essa razão, pela minha formação de saída. Nós jornalistas, também, ao exercer a nossa função a gente transversaliza nos diversos ramos do conhecimento. Somos especializados ou em cultura, ou em política, ou em economia, ou em geral, em tecnologia, enfim, a gente acaba vivenciando também esses universos todos e eu, não como profissional, mas como militante dos movimentos sociais, eu tive uma juventude muito ativa, muito ligada à arte e cultura. Não é a toa que eu estou reencontrando tantos amigos aqui. O que eu digo sempre, quando eu estava no movimento estudantil, eles também estavam. Eu me tornei jornalista, eles se tornaram artistas, outros se tornaram médicos, advogados, servidores públicos, professores… enfim. Crescemos e acontecemos, e agora, particularmente, eu estou me reencontrando com um universo de pessoas que eu estou tendo a felicidade de entender que eu demorei muito pra voltar a conviver com eles. eu sou mais feliz convivendo com eles do que longe deles. E pela carinha deles, pelo acolhimento, acho que eles também estão mais felizes convivendo comigo do que sem conviver comigo.

OC – Um dos medos do pessoal é que você saia pra fazer a campanha pra reeleição. Você vai sair?

KL – Esse assunto eu posso, hoje, assegurar com bastante certeza que a possibilidade de eu sair daqui pra ir fazer a campanha do governador Pedro Taques é quase zero. Já tenho informação de que ele já está com a equipe de marketing toda contratada ou pré-contratada, e eu desejo muita sorte a eles, darei a minha contribuição como for possível, mas não é o meu desejo, e nem me parece provável que eu me envolva profissionalmente na campanha à reeleição do governador. Vou me envolver politicamente, evidente, né.

OC – Outro assunto que estava em alta nos últimos dias foi o último pagamento do maestro Leandro Carvalho ter sido para a Orquestra. Ao seu ver teve alguma questão ética nisso, ou de ilegalidade? Você chegou a ver esse orçamento?

KL – Na verdade, houve aí uma grande confusão. Não houve o pagamento. O que houve foi o empenho da obrigação. A Orquestra é contratada pela Secretaria, e no final do ano você estava fazendo esses ajustes, aquilo que você não conseguiu pagar, dentro do exercício financeiro, você tem que escrever como ‘restos a pagar’, porque é um compromisso que tem que ser saldado. Não é lícito ao Estado se enriquecer às custas de terceiros, então se foi contratado, e o contrato foi legal, é preciso que seja pago. O que se pode discutir é a conveniência política de ter ou não feito este contrato e não aquele. Mas isso não compete a mim, porque o contrato já estava aí. O que compete a mim hoje é pagar. Inclusive vai ficar isso pra eu pagar.  E eu não pagarei nada que não tiver absolutamente de acordo com a regra legal. Se estiver de acordo com a regra legal, e havendo dinheiro, teremos que pagar. Agora eu, sinceramente, hoje, se tiver que escolher entre pagar a Orquestra e o Cine Teatro Cuiabá, eu vou pagar o Cine Teatro Cuiabá. Pra mim é prioridade. Se depender só da minha decisão, a Orquestra, embora seja importante, não é minha prioridade.

OC – Tem mais alguma coisa que você acha importante falar?

KL – Que esse é um ano difícil, atípico como a gente já disse, em função das eleições, especialmente em função da escassez de recursos. Então eu não vim pra cá com a expectativa de fazer nada de grandioso. Disse isso, inclusive, numa reunião que você participou, assim que eu fui anunciado. Não é possível. Então eu não vou criar uma expectativa que nem eu acredito. O nosso esforço aqui, da equipe inteira, é conseguir fazer o máximo possível dentro do que já está planejado, e não fomos nós quem planejamos. E como que a gente quer fazer isso? Eu quero insistir nessas tecla. Mudando a forma de fazer. Fazendo junto com os artistas. É nosso entendimento que o cliente principal da secretaria são os artistas, os produtores, são os que fazem arte e cultura, porque sem eles nós não temos o que oferecer ao cidadão. Obviamente que nós precisamos entender semanticamente o que está sendo dito. Tudo no poder público tem como finalidade precípua o cidadão. Ou pelo menos deveria. Qualquer órgão público, qualquer secretaria, ela tem que pensar que o resultado final da ação dela é o cidadão. Só que no nosso caso, embora a gente seja uma secretaria finalística, sem o artista nós não temos o que oferecer. Não é papel do gestor produzir arte pra entregar às pessoas, isso é papel do artista. Então por isso nosso esforço de estreitar o diálogo, no sentido de aproximar, de ouvir mais, e ampliar no sentido de trazer mais gente pra esse diálogo. Então nós pretendemos, até por orientação do governador Pedro Taques, dar mais atenção às manifestações e à produção cultural mais popular. Então já recebemos aqui grupos de Hip Hop, de rap, essa cultura de rua vai ter vez agora, nesse período em que a gente estiver aqui. Porque são segmentos que não eram contemplados com tanto afinco quanto outros. Sem desmerecer nenhum dos outros segmentos. Mas está na hora desses segmentos que não tinham acesso serem enxergados, e o que a gente está dizendo a todos eles é que a Secretaria de Cultura tem que ser a verdadeira casa dos artistas, independente de quem é o gestor. Então esse esforço que nós estamos fazendo hoje pra que eles reassumam a casa deles, a responsabilidade depois, de não deixar que as portas se fechem, vai ser deles. Eles precisam ter, também, essa compreensão. E quando o gestor não corresponder a isso, eles precisam se manifestar, se colocar, exigir que eles sejam ouvidos. Eu acho que assim que todos vamos crescer e melhorar as entregas que temos que fazer ao cidadão.

OC – Tem algum projeto concreto para o Hip Hop, o rap?

KL – Temos uma proposta que estamos tentando viabilizar de realizar uma batalha estadual de rimas, pra contemplar, e vamos tentar fazê-la coincidir com um dos Vem pra Arena, pra que eles possam subir no palco principal, e não nos palcos secundários. Nós queremos que o povo se reconheça nos grandes eventos da Secretaria.

OC – Tem data algum ‘Vem pra Arena’?

KL – Ainda não. Estou dependendo dessa programação financeira que o governador ficou de me comunicar esta semana ainda. Eu levei a ele a proposta de realizar pelo menos duas edições do Vem pra Arena ainda no primeiro semestre, até junho. No Festival de Lambadão, também, a gente já mudou o escopo, estamos mudando para poder amplificar o alcance do investimento que será feito, e desburocratizar também, e parar de se meter naquilo que não é competência do Estado. O edital, da forma que estava, o Estado estava definindo até a remuneração de cada integrante dos grupos. Do músico, do vocalista, do dançarino… isso não é papel do Estado. O papel do Estado é fomentar o segmento. Como ele vai empregar esse recurso, dentro da legalidade, e não me parece que a lei desça a esse detalhe de dizer quanto que eu tenho que pagar pra cada um da banda, isso é auto-gestão deles. Então a gente premia aqueles que agradarem mais, afinal é para o público, que está todo mundo produzindo, e a premiação que eles conquistarem eles empregam como quiserem. Estamos também dando uma mexida no escopo do MT Criativo, pra atender mais segmentos, e dessa maneira a gente vai tentando fazer mais com menos, esse é o grande propósito.

Olhar Direto.

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