Esposas de detentos “fecham” Fórum em protesto contra morte de preso e 135 transferências

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CAMARA VG

As esposas e familiares de detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) se mobilizaram em frente ao Fórum de Cuiabá, na tarde desta segunda-feira (26), protestando contra as transferência de 135 presos para unidades no interior do estado e também cobrando Justiça no caso do traficante Jesuíno Cândido da Cruz Júnior, 28 anos, morto durante um motim no último dia 20. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) afirmou que o caso foi encaminhado para que a Polícia Civil investigue.

Com cartazes e camisetas com o rosto de Jesuíno estampado, os familiares se reuniram em frente ao Fórum de Cuiabá na tarde de hoje e bloquearam a entrada ao local. Com faixas com frases como “detentos não votam, mas familiares de detentos são eleitores”, as famílias protestavam contra a transferência de 135 presos e também cobrando Justiça sobre o caso do preso morto.

A esposa de Jesuíno culpou o diretor da Penitenciária pelo assassinato. Segundo ela, ele é quem teria entrado com a pistola, após o início do motim, e atirado contra seu marido.

“O diretor entrou lá, querendo tirar ventilador, balde, querendo tirar isto aí, e nisso os presos começaram a debater com a polícia e falaram para mim que ele tinha sido o último a sair, que ele não debateu com a polícia, não jogou pedra, não fez nada, ele só foi o último a sair do cubículo onde ele estava. Na hora que ele saiu foi o momento em que o diretor chegou entrando, dando tiros, que acertou ele, um na cabeça”.

O motim do dia 20 iniciou após uma revista dos agentes penitenciários. Foram encontrados com os presos 78 parelhos de celular, 290 trouxinha de maconha, 5 facas artesanais, 15 xuxos (arma artesanal), 18 fones de ouvido, 1,6kg de cocaína, 2,74kg de outros entorpecentes e 30 carregadores de celular.

Os agentes prisionais iniciaram a contenção e em cerca de 40 minutos tudo já estava controlado. Quando acabou a movimentação Jesuíno foi encontrado. As famílias cobram que o autor do assassinato seja preso.

“Meu marido estava lá na cadeia cumprindo o que ele fez e entraram lá, teve uma geral lá, e o diretor chegou entrando e atirando, no laudo dele consta que ele foi morto por bala de pistola. Eu quero Justiça pelo que ele fez, porque se fosse um bandido que mata um policial ele ia ser cobrado, ia ser às vezes até morto e porque um cara de autoridade que faz isso não pode ser preso também. Os colegas dele falaram para mim que viram ele matando, muitos viram”, disse a esposa.

O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Fausto José Freitas da Silva, afirmou que o preso chegou a ser levado para a enfermaria, onde verificou-se o óbito. Fausto disse que o caso foi encaminhado à Polícia Civil para que seja apurada a autoria, as causas e as circunstâncias do fato.

“O motim teve início o raio 4, e os agentes entraram para fazer a contenção. No raio 3 que fica em frente e também se amotinou, e houve necessidade dos agentes intervirem no raio 3 também, a situação estava controlada em pouco mais de 40 minutos. No final do motim foi verificado um preso caído no corredor, foi encaminhado para a enfermaria e verificou-se o óbito. De imediato foi acionada a Polícia Civil e a Politec, e daqui para frente cabe à polícia apurar as circunstâncias da morte do preso”, afirmou o secretário.

 

 

Olhar Direto.

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