Fagundes planeja vender vagões do VLT e diz que Taques já deveria ter tomado providência

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Caso seja eleito governador, o pré-candidato ao Governo senador Wellington Fagundes (PR) já sabe o que fazer para solucionar, ou ao menos tentar resolver, um dos principais problemas enfrentados pela população da baixada cuiabana: vai vender os vagões e equipamentos que estão se deteriorando no pátio de manutenção do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Para Fagundes, essa era a atitude que o governador Pedro Taques (PSDB) deveria ter tomado desde que assumiu o Executivo. No mês passado, o senador chegou a insinuar que o tucano teria “travado” as obras propositalmente.

“Se o Estado tivesse lá atrás vendido aqueles equipamentos, podia ter concluído a obra e comprado equipamentos novos agora, talvez até mais barato. Eu acho que isso foi falta de gestão. Ele poderia ter chamado a sociedade, levado os custos e debatido se compensava ou não continuar, se ainda era viável implantar”, criticou Wellington Fagundes, em entrevista ao Olhar Direto.

Os primeiros vagões do VLT chegaram a Cuiabá em novembro de 2013 e permanecem no pátio de manutenção, que fica em Várzea Grande, desde então. Ao todo, o Estado comprou 40 vagões, adquiridos pelo valor de R$ 497,9 milhões, que deverão percorrer os dois eixos do modal: Aeroporto Marechal Rondon (em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá)-CPA e Centro de Cuiabá-Coxipó.

Vale lembra que no ano passado, Pedro Taques chegou a dizer que, caso os Ministérios Públicos Estadual e Federal continuassem se manifestando contrários ao acordo firmado entre Governo do Estado e Consórcio VLT, ele venderia os vagões e uma nova licitação de transporte coletivo deveria ser realizada na Grande Cuiabá.

O tempo passou e quando um acordo estava próximo de ser acertado entre o Executivo e o Consórcio VLT, uma bomba explodiu: A ‘Operação Descarilho', da Polícia Federal (PF), que jogou por água abaixo os planos de se continuar a implantação do modal, por conta de denúncias de corrupção na gestão do ex-governador Silval Barbosa.

Pedro Taques resolveu, então, rescindir unilateralmente o contrato com o Consórcio VLT e escolheu o meio mais rápido para tentar desempacar a obra: um novo contrato no formato de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), notícia trazida com exclusividade pelo Olhar Direto. A expectativa é que ele fosse lançado até a saída do ex-secretário de Cidades (Secid), deputado Wilson Santos (PSDB), o que não ocorreu e, por enquanto, ainda é uma incógnita.

“O grande erro do VLT foi principalmente o Estado decidir sem a participação das prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. Os dois tinham que participar efetivamente do projeto e da obra, por no município a maior autoridade é o prefeito. Qualquer obra dentro do município quem tem a palavra final é o prefeito”, avaliou Wellington Fagundes.

O VLT

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tiveram início em 2012, com previsão de conclusão em março de 2014, três meses antes da Copa do Pantanal Fifa 2014, tendo Cuiabá como uma das sedes – quatro jogos foram realizados na Arena Pantanal José Fragelli. Alegando não ter recebido por parcela considerável do que já havia realizado, o Consórcio VLT paralisou as obras em dezembro de 2014.

Após a posse, o governador Pedro Taques determinou auditoria nas obras e no contrato do Consórcio VLT. Constatou-se superfaturamento e falhas pontuais, como a aquisição antecipada das locomotivas e vagões do VLT supostamente por causa de um período de baixa do dólar.

Em fins de 2015, por determinação do juiz Ciro Arapiraca, da Seção Judiciária de Mato Grosso, houve a retomada das conversações do governo com o Consórcio VLT, para que as obras pudessem ser concluídas. Após a delação premiada de Silval Barbosa, revelando que houve corrupção, o contrato foi rompido. No início, o valor do projeto foi fixado em R$ 1,447 bilhão.

 

Fonte: Olhar Direto

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