Poconeana sobrevive vendendo espetinhos há 20 anos na cidade de Várzea Grande

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CAMARA VG

Numa tenda improvisada no bairro Alameda, em Várzea Grande, Maria de Lourdes da Silva, 63 anos, vende seus espetinhos há 20. Nascida no município de Poconé (a 103 km de Cuiabá), começou na atividade para completar a renda e sustentar sua família após a empresa em que trabalhava falir. O primeiro dia na empreitada foi possível graças a R$ 50 emprestados.

Dona Lourdes, como é conhecida por populares, veio à capital ainda jovem. Iniciou sua trajetória trabalhando numa cerâmica, até o fechamento da fábrica. 

Desempregada, Lourdes procurou outras fontes de renda para impedir que alimentos faltassem para seus 6 filhos, todos frutos do casamento com Amilton José da Silva.

Com sinais de cansaço da longa trajetória, a idosa relembra os momentos difíceis que passou com o falecido marido. 

“A cerâmica faliu e logo depois meu marido teve um AVC. Eu consegui aposentar ele, mas o dinheiro era muito pouco, então comecei a vender espetinhos para sustentar minha família e ele cuidava das crianças enquanto trabalhava. Ele faleceu em 2010, as crianças já estavam grandes, mas ele me ajudou muito” explica emocionada.

Uma afilhada ajudou dona Lourdes com R$ 50,00 reais para ela conseguisse comprar o necessário para começar a venda de espetinhos no bairro onde mora.

Vendia cerca de 80 espetos nos dias bons e o dinheiro que conseguia ganhar supria as necessidades básicas da família. Em casa, o marido estava debilitado. 

Além dos espetos, em seu tempo livre, Lourdes fazia bicos passando e lavando roupas fora da casa.

Hoje, com filhos adultos, a viúva continua a vender espetos, recebe clientes de diversos lugares e com o lucro, custeia seus gastos pessoais. A simpática senhora que agora aguarda sua aposentadoria faz questão de mostrar um terço em um sinal de fé amarrado ao pequeno carro que usa para transportar seus materiais de trabalho.

“Hoje não consegui vender tudo, mas agradeço a Deus mesmo assim pelo pouco que consegui vender. Amanhã volto de novo porque nós não podemos desistir nunca” diz com o crucifixo nas mãos e cabeça erguida ao olhar para o céu.

 

 

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