Delegado afirma que vida de refém é prioridade e vê como aceitável morte de sequestrador para salvar vítima

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ALMT TRANSPARENCIA

O delegado Flavio Stringuetta, que voltou ao comando da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), explicou que em situações com refém, a prioridade da especializada é preservar todas as vidas envolvidas. Porém, ele vê como aceitável a morte de um sequestrador em detrimento da vítima: “Desastroso seria se a pessoa de bem morresse na ação”. Ele ainda comentou sobre uma das mudanças propostas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, sobre a questão da legítima defesa.

Stringuetta explica ao Olhar Direto que em situações com reféns, a prioridade é preservar todas as vidas envolvidas. “Claro que a primeira é a do refém. Se não der para preservar a do criminoso, é um resultado aceitável. O que seria considerado desastroso é o refém morrer nesta ação. Tentamos sempre preservar a vida de todos os envolvidos. Caso não seja possível, você age em legítima defesa de terceiros”.
 
O delegado também comentou sobre a mudança na questão da legitima defesa, proposta por Sergio Moro. “O que vejo da alteração que está sendo proposta, é estender para a ação policial. Ela talvez seja útil porque muitos juízes, pressionados por órgãos de defesa dos direitos humanos, acabam minimizando a reação policial e colocando a pessoa que reage no mesmo patamar que um criminoso. Isso irá tirar o mesmo peso que existe hoje”.
 
“Algumas pessoas e órgãos dizem que é uma autorização para matar, não é. Você está tirando a igualdade de um cidadão de bem da balança para ele não ser comparado com o criminoso”, completou o delegado.
 
Anteriormente ao Olhar Direto, o delegado também falou sobre a questão de se infiltrar policiais para realizar operações, nos moldes do que é visto em séries e filmes americanos. “Esta previsão de trabalho infiltrado já existe na lei do crime organizado, mas ela é pouco utilizada. Existe um capítulo só para isto. O que acontece é que este tipo de trabalho é muito perigoso. Para um policial trabalhar desta maneira, precisa ter um desprendimento com família, amigos, características de personalidade e pessoais que o habilitem para isto. Normalmente, não se acha alguém com este perfil completo”, explicou o delegado.
 
Stringueta ainda revelou que já houve, em Mato Grosso, situações de trabalho infiltrado. “Não é tão intenso como vemos em filmes americanos, em que a pessoa entra e vive na organização criminosa. O que eu vi neste projeto é melhorar o que já havia na lei. Isto é importante. Nós fizemos, no passado, usando pessoas que eram da polícia e já trabalhavam na repartição pública investigada, eles estavam cedidos. É uma infiltração mais branda, não colocamos um elemento estranho dentro do serviço público”.

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