Testemunha contradiz depoimento de empresário e afirma que ele estava na sala quando adolescente foi morta

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Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto
ALMT

Fonte: Olhar Direto

Um menor de idade, ouvido como testemunha no caso da morte de Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, atingida por um disparo de arma de fogo, supostamente acidental, na casa da amiga, no Alphaville, em Cuiabá, contradisse a versão apresentada pelo empresário Marcelo Cestari, em depoimento à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na semana passada.

Nesta quarta-feira (22), ouvido na Delegacia Especializada os Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), o adolescente contou que o empresário estaria na sala da casa quando aconteceu o disparo que matou Isabele.

Tal fato vai contra o que disse o empresário em seu depoimento. Na semana passada, Marcelo contou que estava comendo a sobremesa do jantar, na área externa próximo a piscina da casa.

O empresário então contou que escutou um barulho, parecendo com o de uma porta de vidro fechando.

Consta ainda no documento de Marcelo que a porta estaria fechada e, por conta disto, não teria identificado que se tratava de um disparo de arma de fogo.

Laudo preliminar

Dois delegados e um promotor do Ministério Público Estadual (MPE) se reuniram no fim da manhã desta quarta-feira (22) na Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) para analisar um laudo preliminar sobre a morte da adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos.

Informações preliminares colhidas pelo Olhar Direto apontam que o tiro teria sido dado em linha reta e que existiria a presença de pólvora na vítima, apontando que o disparo teria sido feito de curta distância.

Porém, a Politec informou que ainda não existe laudo definitivo pronto e que ele deve ser finalizado apenas na próxima semana.

A reportagem ainda apurou que, apesar de a perícia ter mostrado que o disparo foi de curta distância, ainda não há qualquer conclusão que aponte para homicídio.

Na manhã desta quarta-feira (22), profissionais das delegacias especializadas do Adolescente de Cuiabá (DEA) e dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) ouviram adolescentes, que são moradores do condomínio Alphaville e teriam conhecimento dos fatos sobre a morte.

Versão da acusada

Em seu depoimento, a adolescente relatou no closet, onde fica o banheiro e chamou pela amiga, que não tinha respondido. Diante disso, resolveu bater na porta, mas ao soltar uma das mãos, o case com as armas caiu no chão e abriu.

As duas armas ficaram expostas e ao abaixar, a adolescente teria pego uma delas com a mão direita e equilibrando a outra com a mão esquerda, em cima do case que estava aberta.

Em decorrência disso, teria sentido um desiquilíbrio. Ao segurar o case que continha uma arma em uma mão, e a outra na mão direita, teria tido um reflexo de colocar uma sobre a outra para ter estabilidade. “Que neste momento houve o disparo. Que no susto, a declarante fechou os olhos e começou a gritar o nome da amiga”, acrescenta. A adolescente teria presumido que algo teria acontecido com Isabela.

Questionada se minutos antes a porta teria sido aberta por Isabela, ela afirmou não ter certeza e que só prestou atenção nas armas e no fato de ambas terem caído no chão. Na ocasião, relatou ter ficado com medo de olhar para o banheiro.

O caso

Segundo informações da Polícia Judiciária Civil, por volta das 22h30 Isabele já foi encontrada sem vida no banheiro da casa. A amiga informou à Polícia que efetuou o disparo acidentalmente contra a colega.

Isabele morreu com um tiro na cabeça (entrou na região da narina e saiu pela nuca), efetuado pela amiga ao manusear uma pistola PT 380, dentro do condomínio Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá.

Das sete armas encontradas na residência, duas delas não estavam com o registro no local e por este fato, o proprietário foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido. Ele foi conduzido à DHPP e autuado pelo crime, que é afiançável. Depois de pagar a fiança, foi liberado.

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