Interceptações de WhatsApp revelam negociação de propina entre vereador e empresa investigada em Cuiabá

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Foto: Reprodução
ALMT

Conversas interceptadas no WhatsApp foram cruciais para a deflagração da Operação Perfídia, que investiga um esquema de corrupção envolvendo os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), além de integrantes da empresa HB 20 Construções EIRELI. A troca de mensagens entre Joelson e João Jorge Catalan Mesquita, funcionário da construtora, foi apontada como prova do acerto de repasses ilegais para facilitar interesses da empresa junto à Prefeitura de Cuiabá.

Segundo decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), a análise técnica do conteúdo telemático confirmou a autenticidade dos diálogos e a identidade dos envolvidos. O relatório reforça a versão apresentada por João Jorge, que denunciou o pagamento de propina em troca da aprovação de certidão de parcelamento fiscal, essencial para que a construtora recebesse pagamentos por obras na Avenida Contorno Leste.

De acordo com o inquérito, a empresa teria repassado R$ 250 mil aos parlamentares. Parte dos recursos foi entregue em espécie a Joelson, e outra parcela, de R$ 150 mil, foi depositada na conta de José Márcio da Silva Cunha, apontado como intermediador da negociação.

A denúncia que motivou a investigação foi apresentada pelo então deputado federal e atual prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL). O conteúdo revelou uma suposta “contraprestação ilícita” que ligaria interesses privados da empresa a decisões legislativas favorecidas por vereadores.

Como resultado da operação, os dois parlamentares foram afastados do cargo e tiveram seus passaportes recolhidos. Também foram determinados o sequestro de bens e veículos de alto valor. Chico 2000 teve duas casas e um Chevrolet Tracker bloqueados. Sargento Joelson perdeu uma casa, dois carros, uma moto e uma caminhonete S10. Já o intermediador José Márcio teve cinco veículos e uma residência sequestrados.

A Operação Perfídia segue em andamento sob coordenação do NIPO e da Polícia Civil de Mato Grosso.

FONTE – RESUMO