O juiz Leonísio Salles de Abreu Júnior, da 34ª Zona Eleitoral de Chapada dos Guimarães, negou o pedido feito pela ex-vereadora Fabiana Nascimento (PSDB) para incluir novas provas e o depoimento de uma testemunha que acusa o prefeito Osmar Froner (União), seu vice Carlinhos (PSD) e o vereador Gilberto Mello (PL) de compra de votos nas eleições municipais de 2020.
Na decisão, publicada nesta quarta-feira (18), o magistrado entendeu que os elementos apresentados por Fabiana — incluindo o relato de uma testemunha que teria recebido R$ 5 mil para votar em Gilberto a mando de Froner — foram protocolados fora do prazo legal. Segundo ele, a tentativa de ampliar a ação e ouvir novas testemunhas está preclusa, ou seja, deveria ter sido feita ainda na fase inicial do processo.
Além da ação referente ao pleito de 2020, Fabiana também move outro processo na Justiça Eleitoral contra o mesmo grupo, agora por supostas irregularidades cometidas na campanha de 2024, na qual ela foi derrotada por Froner. Nesta nova ação, ela acusa os adversários de prática de caixa dois e compra de votos, alegando que cada família teria recebido R$ 1.000,00 em troca de apoio.
Entre os alvos dessa nova denúncia estão o diretor do SAAE (Sistema Autônomo de Água e Esgoto), Guilherme Henrique de Oliveira Costa, e o secretário de governo Gilberto Mello. Fabiana anexou à petição documentos que, segundo ela, comprovam a participação de Guilherme no esquema, incluindo transferências bancárias, fichas de cadastro de eleitores, laudos grafotécnicos e até o ato de nomeação de Guilherme para o cargo, o que ela afirma ter sido uma recompensa pela colaboração no suposto crime eleitoral.
Com base nesses indícios, a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de Guilherme, abrangendo o período de 16 de agosto a 6 de outubro de 2024. A decisão visa apurar suspeitas de transações financeiras e comunicações feitas por meio de aplicativos de mensagens, que teriam sido usadas na organização do esquema.
No andamento mais recente do processo, uma reviravolta ocorreu com a mudança de depoimento de uma testemunha identificada como “R.”. Ela alegou ter sido coagida e ameaçada por Fabiana Nascimento para prestar falsas declarações contra Froner e seus aliados, com a promessa de dinheiro e um cargo público. Com medo de represálias, a testemunha decidiu relatar os fatos à Justiça Eleitoral.
As novas informações estão sob análise e podem ter impacto direto nas acusações de Fabiana, que tenta, por vias judiciais, cassar o mandato do atual prefeito e de seu grupo político.
FONTE – RESUMO