Allan Kardec afirma não ter sido notificado sobre investigação e diz ter pensado que assunto era sobre materiais esportivos

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Foto: Fablicio Rodrigues/ALMT
ALMT

O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso, Allan Kardec (PSB), disse ter sido surpreendido ao ver seu nome citado em uma investigação sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares. A operação, revelada pelo portal UOL, aponta envolvimento de ex-parlamentares em repasses a entidades ligadas ao empresário Alessandro do Nascimento, investigado por fraudes na Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf).

Segundo Kardec, que à época era deputado estadual, ele nunca foi oficialmente notificado sobre qualquer apuração envolvendo seu nome. “Não fui notificado em nenhum momento. Não recebi nenhum convite para esclarecer qualquer tipo de fato nesse sentido”, afirmou o secretário, destacando que desde 2022 não ocupa mais cargo no Legislativo nem direciona verbas à Seaf.

Kardec relatou ainda que, ao ser procurado por um jornalista do UOL semanas antes da publicação da matéria, acreditou se tratar de questionamentos sobre investimentos em materiais esportivos. “Meu nome apareceu vinculado a uma empresa de esportes. Por ter sido secretário de Esporte e militante da área, achei que fazia sentido. Disse a ele que a prerrogativa de indicar emenda para esse tipo de ação é do deputado”, explicou.

A surpresa, segundo ele, foi descobrir posteriormente que a investigação trata de contratos firmados com a Secretaria de Agricultura Familiar. “Fiquei confuso. Primeiro me disseram que era sobre esporte, depois veio essa história da Seaf. Agora é esperar os desdobramentos”, declarou.

O secretário também comentou a possibilidade de delações por parte dos investigados. Para ele, embora todos devam colaborar com a Justiça, o uso de delações precisa ser visto com cautela. “Delação é algo muito ruim em todos os sentidos. Muitas vezes vem com coação, com arrependimento depois. A palavra do delator nem sempre é bem vista na sociedade nem na Justiça.”

A investigação, conhecida como Operação Suserano, apura o suposto desvio de R$ 28 milhões por meio de contratos superfaturados para aquisição de kits agrícolas financiados com emendas parlamentares.

FONTE – RESUMO