Polícia apreende R$ 62 mil e caminhonete de luxo em operação contra golpes comandados da PCE

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Foto: Reprodução
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A Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá apreendeu R$ 62 mil em espécie e uma caminhonete Dodge Ram durante a Operação Reversus, deflagrada nesta terça-feira (15). A ofensiva mira uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas do tipo “falso intermediário”, com ramificações em diversos Estados do país. Parte das articulações era feita de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

O dinheiro e o veículo foram localizados em um dos endereços-alvo na Capital. “É dinheiro demais para estar guardado em casa e não levantar suspeitas”, afirmou o delegado Bruno Mendo Palmiro, responsável pelo caso, em entrevista à TV Cidade Verde. Segundo ele, os bens apreendidos reforçam os indícios de um esquema de lavagem de capitais.

Até o momento, sete pessoas foram presas em Mato Grosso, de um total de onze investigadas. Entre elas está Cristyan Nascimento Silva, de 28 anos, considerado o mentor do golpe. Mesmo preso na PCE, cumprindo mais de 40 anos por crimes como homicídio, tráfico e roubo, Cristyan teria coordenado a fraude que fez uma vítima em Cuiabá transferir R$ 45 mil via Pix, acreditando comprar um carro GM Prisma.

As investigações revelaram um rastro financeiro complexo. Em curto intervalo, cerca de R$ 800 mil circularam por contas ligadas ao grupo, valor que pode ser ainda maior com o avanço da apuração. O dinheiro foi enviado inicialmente ao Rio de Janeiro, espalhado por 13 contas bancárias, e depois retornou a Cuiabá, onde foi distribuído novamente entre outras 11 contas — estratégia que, segundo a polícia, visava dificultar o rastreamento.

Uma das peças-chave do grupo é Anne Cristina Casaes, moradora de um condomínio de alto padrão em Cuiabá. Ela já tem condenações por fraudes em Minas Gerais e é viúva de um criminoso executado na fronteira com a Bolívia, cujo corpo e veículo foram incendiados em circunstâncias ligadas ao crime organizado.

A Operação Reversus cumpre mais de 50 ordens judiciais, incluindo 27 mandados de prisão preventiva, 24 de busca e apreensão (inclusive na PCE), bloqueios de contas bancárias e sequestro de bens no valor de até R$ 100 mil por investigado. O bloqueio total autorizado pela Justiça soma R$ 2,7 milhões.

As diligências são realizadas de forma simultânea em Mato Grosso, Rio de Janeiro, Piauí e Minas Gerais, com apoio das Polícias Civis locais. As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) do TJMT, com parecer favorável do Ministério Público Estadual.

O nome da operação, Reversus, faz referência ao caminho do dinheiro desviado: iniciado dentro da PCE, circulou por diversos Estados e, ao fim, retornou a Cuiabá — demonstrando o alto nível de articulação do esquema.

FONTE – RESUMO