A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) voltou a direcionar duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), desta vez em entrevista à Jovem Pan, nesta quarta-feira (23). Segundo ela, as recentes articulações internacionais do parlamentar, especialmente nos Estados Unidos, estariam prejudicando diretamente a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — seu próprio pai — e criando tensão nas relações diplomáticas do Brasil.
Durante a entrevista ao jornalista Bruno Pinheiro, Buzetti afirmou que Eduardo tem agido de forma irresponsável ao apoiar tarifas contra produtos brasileiros em solo americano, o que, na visão da senadora, enfraquece a economia nacional e compromete a soberania do país. “O Eduardo estar nos Estados Unidos pedindo tarifas contra a economia nacional é extremamente ruim — e ruim para o próprio Bolsonaro”, declarou.
Ela reforçou que sua crítica tem o objetivo de defender o ex-presidente: “A minha fala foi em defesa do pai dele (do Eduardo)”. Buzetti também questionou o comprometimento patriótico do deputado. “Nós não nos intitulamos patriotas? Como somos patriotas se estamos taxando em 50% e ele vem com uma fala que diz: ‘se depois de tudo isso sobrar uma terra arrasada, eu me dou por satisfeito’. Aí, eu não posso concordar”, completou.
A polêmica ganhou força após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro, como parte de medidas cautelares no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Na visão da senadora, atitudes como as do deputado alimentam a narrativa que sustenta a ofensiva judicial contra o ex-presidente.
Na terça-feira (22), Buzetti já havia chamado Eduardo de “moleque” ao responsabilizá-lo pela situação enfrentada por Jair Bolsonaro. A declaração rendeu críticas de aliados da direita, incluindo o deputado estadual Gilberto Cattani (PL).
O estopim da controvérsia foi a revelação de que Eduardo Bolsonaro teria se reunido com representantes do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para discutir a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. O deputado, que inicialmente se opunha à medida, passou a defendê-la sob o nome de “Tarifa-Moraes”, em alusão ao ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem atribui a crise institucional brasileira.
FONTE – RESUMO
