Câmara de Cuiabá rejeita abertura de processo de cassação contra prefeito Abílio; apenas dois vereadores foram favoráveis

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Foto: Prefeitura de Cuiabá
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Os vereadores de Cuiabá decidiram, em sessão realizada nesta terça-feira (2), arquivar o pedido apresentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) que buscava instaurar uma Comissão Processante contra o prefeito Abilio Brunini (PL). A solicitação poderia resultar na cassação do mandato do gestor por quebra de decoro parlamentar.

A proposta não avançou: 25 parlamentares votaram contra e apenas dois apoiaram a abertura do processo — Jeferson Siqueira (PSD) e Dídimo Vovô (PSB).

O pedido do PT teve como base dois episódios recentes. O primeiro, quando Abilio fez comentários considerados ofensivos a estudantes da rede pública. O segundo ocorreu em uma palestra, durante a qual ele interrompeu a professora da UFMT Maria Inês Barbosa ao criticar o uso da linguagem neutra, classificando a prática como “doutrinação ideológica”.

Na argumentação, o partido afirmou que o prefeito violou princípios da administração pública, feriu direitos de crianças e adolescentes e desrespeitou o decoro do cargo. O documento também destacou a repercussão negativa do caso e as manifestações de repúdio de diferentes entidades.

Mesmo assim, a maioria dos vereadores considerou que as atitudes do gestor, embora reprováveis, não configuravam motivo suficiente para cassação.

A vereadora Maysa Leão (Republicanos) defendeu que a legitimidade do mandato não poderia ser anulada por episódios passíveis de retratação.
“Abilio foi eleito pela maioria da população. Os fatos apresentados mostram erros que podem ser corrigidos com reconhecimento e pedido de desculpas, mas não justificam uma cassação”, pontuou.

Ela ainda acrescentou: “Posso não concordar com sua postura, mas uma punição extrema seria desproporcional diante do ocorrido”.

Em contrapartida, o vereador Jeferson Siqueira (PSD), um dos dois a favor da comissão, criticou o comportamento do prefeito.
“O prefeito precisa aprender a respeitar cada cidadão, independentemente de idade, posição política ou trajetória. O uso de ironias para desqualificar quem discorda de suas ideias não pode ser normalizado”, afirmou.