A convocação de uma vigília em frente à casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, feita pelo senador Flávio Bolsonaro, foi citada como um dos elementos que justificaram o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Federal (PF) e autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com a decisão judicial, a vigília convocada por Flávio Bolsonaro — em apoio ao pai, candidato e ex-presidente — indicava risco concreto à efetividade das medidas cautelares e à prisão domiciliar que Jair Bolsonaro cumpria. O ministro Alexandre de Moraes enfatizou que a convocação massiva de apoiadores “sugere utilização de manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoais”.
O magistrado alegou ainda que a vigília criava “altíssimo risco para a efetividade da prisão domiciliar decretada” e para a “efetividade da lei penal”, o que poderia facilitar uma eventual fuga ou obstrução da justiça.
No vídeo publicado por Flávio Bolsonaro na manhã de sexta-feira, ele convocou “uma corrente de orações pela saúde do ex-presidente”, transformando a vigília em frente ao condomínio de Jair Bolsonaro em Brasília. Além disso, no mesmo vídeo, Flávio repetiu críticas ao STF, utilizando narrativa de perseguição e de “ditadura” da Corte, conforme destaca o ministro Moraes.
A PF, em nota, afirmou que atuou cumprindo o mandado expedido pelo STF após análise de todos os riscos envolvidos. A vigília, segundo a investigação, não se apresentava como ato espontâneo de apoio, mas como possível mecanismo de pressão e desestabilização institucional.


























