Denilson desabafa após vitória na despedida da temporada sem o acesso: “É tristeza mesmo”

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Reprodução
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Fim melancólico, triste e frustrante: a vitória do Cuiabá por 1 a 0 sobre o Criciúma — construída com um golaço de David Miguel, do meio da rua — fechou o ano com dignidade, mas não apagou a campanha falha que deixou o Dourado a oito pontos do acesso, principal objetivo durante toda temporada.

Logo após a partida, o volante Denilson conversou com o Olhar Direto e não escondeu a frustração acumulada ao longo de meses de vacilos e oscilações. O discurso do experiente jogador ecoou o sentimento de um elenco que reconhece ter ficado aquém das expectativas, mas que também lutou até onde pôde.

Com semblante abatido, Denilson resumiu a temporada em uma palavra: tristeza. “Acho que faltou a competência de hoje, né? Foi muito difícil pra gente e pra mim ter passado por um rebaixamento aqui, que eu não consegui os objetivos esse ano. É triste demais, por tudo que o Cuiabá faz por nós.”

A declaração demonstra um incômodo que parece ir além da matemática e dos 54 pontos conquistados na campanha que terminou na 10ª posição. Mesmo vencendo o Criciúma — que, valente, brigou até o último minuto pelo acesso e acabou em quinto, a apenas um ponto do G4 — o Dourado encerrou sua pior temporada desde que subiu à Série A, em 2021.

“A minha emoção é de tristeza mesmo, porque eu sabia que a gente conseguiria o acesso. Mas hoje a gente teve a honra. Deve ser ruim pra caralho para o Criciúma não ter subido, mas a gente tinha que ter dignidade nesse último jogo. Terminar a temporada vencendo, porque o clube merece.”

A postura citada por Denilson apareceu em campo no segundo tempo, quando o Cuiabá, já com um jogador a mais desde a expulsão de Felipinho, seguiu insistindo até encontrar seu gol — uma bomba indefensável de David Miguel aos 11 minutos. Um gol de personalidade, de um time que foi competente para alcançar a vitória, sem dar brechas ao adversário.

Questionado sobre o que o torcedor pode esperar no próximo ano, Denilson não vendeu soluções fáceis, mas fez questão de destacar o empenho da nova geração que começa a ganhar espaço no Dourado.

“Pode esperar a mesma garra, cara. Esses moleques que entrou pra jogar, você viu a garra deles. A gente cobra eles todo dia, os moleques é muito trabalhador. Acho que foi no detalhe mesmo.”

A presença dos jovens no elenco principal tem sido um ponto de atenção da diretoria, que busca resgatar a identidade competitiva, a qual fora perdida. A diretoria já vem investindo na base e desligando os atletas que chegaram por empréstimo.

Se por um lado a base surge como esperança, por outro Denilson evita a narrativa de que o Cuiabá se “descaracterizou”.

“Acho que não foi na identidade, cara. Acho que foram os jogos que a gente deixou passar. Mas a garotada vai vir muito firme. Eles merecem. O presidente, o clube… todos merecem a vitória de hoje. Agora é descansar, e ano que vem vamos fazer uma temporada melhor.”

A leitura do volante reflete bem o roteiro de 2025: partidas controladas que escaparam no fim, atuações truncadas em casa e pouca consistência nos momentos decisivos, sobretudo longe da Arena, onde o time não vence desde maio — falhas que, somadas, mantiveram o time distante da briga real pelo G4.

A vitória sobre o Criciúma, construída com volume ofensivo desde os primeiros minutos e sustentada por Polli quando necessário, foi a última página de uma temporada que deixa lições importantes ao Dourado. A torcida, que compareceu apesar da campanha irregular, pôde ao menos celebrar um fechamento com energia, esforço e um golaço.

Mas o sentimento que fica após a entrevista de Denilson e o ano, é claro: o Cuiabá ainda precisa transformar garra e dignidade em regularidade. Se a promessa de 2026 se cumprirá, só os próximos meses dirão. Por ora, o Dourado se despede com a sensação de que poderia — e deveria — ter ido mais longe.

Fonte: OLHar Direto