Silval confessa trama envolvendo empresários e Consórcio VLT para pagar empréstimo de R$ 29 milhões; entenda

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Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto
CAMARA VG

Olhar Direto

O ex-governador Silval da Cunha Barbosa confessou à Polícia Federal que ordenou a Maurício Guimarães, ex-secretário da Copa do Mundo, que buscasse um “retorno” financeiro junto ao Consócio VLT para o pagamento de uma dívida de campanha. Para tanto, uma verdadeira trama com empresários foi arquitetada.

A dívida teria sido contraída perante o Banco Rural, em 2012, no valor de R$ 29,5 milhões, por intermédio da empresa Todeschini Contruções e Terraplanagem Ltda, representada por João Carlos Simoni, tendo como avalistas, além do próprio João Carlos Simoni, Wanderley Facheti Torres e sua empresa, a Trimec Construções e Terraplanagem Ltda.
 
A confissão acabou por servir como “prova” de que as licitações para escolha do Consórcio VLT não foram direcionadas. O crime seria pior. As negociações espúrias se dariam, conforme o próprio Silval, independentemente de quem vencesse o certame licitatório.
 
Nas negociações com o vencedor, Maurício Guimarães teria combinado com o representante do consórcio “VLT Cuiabá-Várzea Grande” para tratar dos retornos. Ficou combinado o pagamento irregular de 3% sobre o total de R$ 600 milhões.
 
Restou acertado que o pagamento se daria por intermédio de uma das empresas de João Carlos Simoni. Segundo Silval, foi solicitado para que o consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande subcontratar uma empresa de Simoni.
 
Os pagamentos de propina foram efetivamente feitos dessa forma, mas não foi recebido todo o valor da ante o término do Governo, a não conclusão das obras e não execução de todos os pagamentos previstos.
 
A propina negociada por Silval Barbosa e Maurício Guimarães com os representantes do Consórcio VLT tinha como objetivo suprir João Carlos Simoni de recursos para pagar a dívida contraída perante o Banco Rural, assim o dinheiro era desviado, mas não retornava para os agentes políticos, sendo direcionado ao pagamento do banco.
 
A empresa usada

Uma análise bancária realizada pela Polícia Federal revelou que um dos principais destinatários para os recursos do Consórcio VLT foi a empresa COHABITA Construções Ltda, que recebeu, apenas no período compreendido entre 01 de julho 2012 e 13 de março de 2014, R$ 16 milhões.

A empresa COHABITA Construções Ltda tem seu quadro societário composto por Aline Berghetti Simoni e Bruno Simoni, ambos filhos de João Carlos Simoni.

Operação

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quarta-feira (9) mandados de busca e apreensão e condução coercitiva deferidos judicialmente em investigação conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela PF.

Os órgãos apuram crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal VLT e sua execução na capital de Mato Grosso (MT).

No bojo da investigação, foram colhidos elementos de prova pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal que apontam fundados indícios de acertos de propina com representantes de sociedades empresárias integrantes do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, bem como desvio de recursos por intermédio de sociedades empresárias subcontratadas pelo consórcio.

Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Petrópolis, São Paulo, Curitiba e ainda um mandado e condução coercitiva na cidade de Cuiabá.

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