O recrudescimento dos ataques de adverários e ex-aliados obrigou o governador José Pedro Taques (PSDB) a utilizar a criatividade para responder de formas pouco convencionais e sem voltar ao chamado “lugar comum”, servindo por vezes para contra-atacar. E isso se repetiu ao mandar um recado para aqueles que o criticam na imprensa ou na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, mas fazem discursos favoráveis em seu palanque.
Taques não citou nomes nem detalhou a quem estava respondendo, mas apontou supostas fanfarronices e bravatas, contra a sua gestão. “O que tem muito por aí é quem vive de bravata! É bravatador! Quem só fala e não faz; nao prova [denúncia]! E, depois, fica posando bonzinhos”, detonou ele, ao lado de dois deputados federais e quatro estaduais.
O chefe do Poder Executivo desafiou os seus adversários a apontarem onde é que o seu governo errou. “Dizem que o governador Pedro Taques é louco. Mas não têm a coragem de dizerem onde nós erramos. Desejo que tenham coragem e digam onde nós erramos”, exigiu ele, em cerimônia de entrega de quipamentos, após entregar 740 equipamentos para agricultura familiar, em cerimônia na Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Ceasa), em Várzea Grande.
Numa armadilha com formato da década de 1970 ou talvez 1980, o próprio Taques se incumbiu de sugerir o que poderiam lhe cobrar. “Digam que nós erramos em manter o reajuste de salário para os 40 mil servidores da educação. Digam que nós erramos em realizar 50 mil cirurgias [na [caravana da Transformação] para tirar pessoas humildes da escuridão e da cegueira. Digam que erramos porque convocamos 3.663 novos policiais. Ou digam que nós erramos porque fizemos 2,6 mil quilômetros de asfalto”, citou Taques, para a reportagem do Olhar Direto.
E o goverandor seguiu fustigando. “Eles têm medo de enfrentar a verdade! Eu tenho orgulho de dizer: estamos mudando a realidade daqueles que mais precisam. Estamos concretizando o que nós nos comprometemos [em campanha eleitoral]. O Estado deve olhar para aquele que mais precisa. E que necessita da mão do Estado num momento de dificuldade”, justificou Taques, em tom de desabafo.
“Na democracia, quem ganha eleição, exerce o poder. Impõe a sua forma de governar. De minha parte, eu respeito; a maior proporção da história com servidores de carreira em cargos comissionados. Nunca cheguei a ninguém e quis impor a minha opinião. Eu nunca pedi a ninguém fazer propaganda pessoal de Pedro Taques. Nunca fiz isso. Respeito a Constituição”, complementou Pedro Taques, para o Olhar Direto.
Ao seu lado estavam dezenas de prefeitos, os deputados federais Fábio Garcia, presidente regional do DEM; e Valtenir Pereira, presidente do PSB; e os estaduais Dilmar Dal Bosco (DEM), Nininho Ondanir Bortolini (PSD), Saturnino Masson (PSDB) e Mauro Savi (DEM). Em seus dicursos, todos elogiaram Taques, com ênfase para a agricultura familiar. Oscar Bezerra e Dilmar Dal Bosco não discursaram.