A juíza aposentada Selma Arruda (PSL) minimizou o impacto do depoimento do cabo Gerson Corrêa sobre a suposta participação de Pedro Taques (PSDB) na Grampolândia e saiu na defesa da candidatura à reeleição do tucano.
“Pedro Taques está firme. Continuo apoiando a candidatura dele. O depoimento do cabo não interfere na candidatura, apenas repetiu o que já vinha dizendo”, analisou Selma Arruda.
“Na minha opinião, o povo não vai repreender o governador por isso. Se há tantos candidatos cheios de processos, ações penais, que se acham viáveis, não será uma menção em um depoimento que inviabilizará a candidatura do governador. Ele não responde a nenhum processo”, completou Selma.
Arruda é pré-candidata ao Senado ao lado de Nilson Leitão (PSDB) na chapa encabeçada por Pedro Taques. Ela sustenta que os adversários do tucano não têm outras acusações a fazer. “Aliás, essa é a única arma que usam contra ele”, finalizou.
O depoimento de Gerson à 11ª Vara Militar gerou especulações sobre uma possível mudança na chapa governista, com a possibilidade de o deputado federal Nilson Leitão assumir a condição de candidato ao Paiaguás. A alternativa já foi expressamente rechaçada pelos tucanos.
Ao Olhar Direto, Leitão negou com veemência qualquer possibilidade de alteração na composição anunciada na semana passada. “Nunca houve essa possibilidade. Nunca houve sequer essa conversa”, asseverou.. “Meu projeto é ao Senado e é por ele que eu estou trabalhando. Não tem alteração”, finalizou.
Taques rebate cabo
Por meio de nota, o governador Pedro Taques negou qualquer envolvimento no esquema de grampos ilegais operados em Mato Grosso. “O Governo do Estado informa que o governador Pedro Taques determinou a apuração de todos os fatos relacionados às supostas escutas telefônicas clandestinas assim que a denúncia chegou ao conhecimento dele, em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações”, diz o tucano, no texto.
“O Governo do Estado ressalta ainda que o governador Pedro Taques solicitou ao Superior Tribunal de Justiça que ele próprio fosse investigado neste caso para comprovar, perante a Justiça, que não teve qualquer envolvimento nos fatos narrados por terceiros”, completa.
De acordo com Gerson, o equipamento para a interceptação ilegal teria sido financiado por Paulo Taques, primo do governador, coordenador jurídico da campanha de 2014 e ex-chefe da Casa Civil. A defesa de Paulo Taques nega as acusações e sustenta que se pronunciará nos autos do processo.
"O dono disso aqui não sou eu, nem o coronel Zaqueu. Os donos disso aqui são Paulo Taques e o governador Pedro Taques. Longe da Polícia Militar", disparou o cabo durante depoimento.
Grampolândia
Em maio de 2017 o esquema dos grampos veio à tona com reportagem publicada pelo Fantástico. O esquema foi concebido na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.
Fonte: Olhar Direto