O governador Pedro Taques (PSDB) ironizou as declarações do pré-candidato ao Governo Mauro Mendes (DEM), que disse que se for eleito vai dar uma solução para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em um ano.
Em entrevista nesta semana, o tucano afirmou que dizer que irá resolver a questão nesse espaço de tempo é “querer ser mágico”.
“Nós vamos terminar o VLT, mas falar que vai resolver em um ano, isso é aí é ser mágico. Eu não vou dizer se acredito ou não [na promessa]. Vou dizer que isso é coisa de mágico”, afirmou.
Segundo Taques, sua intenção era de retomar as obras em 1º de maio de 2017. Caso isso acontecesse, ele disse estimar que hoje os trilhos já teriam chegado na Igreja do Rosário.
Entretanto, ele disse que a Operação Descarrilho, que apontou que o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande pagou propina ao ex-governador Silval Barbosa, impediu que as negociações prosseguissem.
“O Consórcio pagou para o ex-governador do MDB, o Silval Barbosa, para receber corrupção na obra do VLT. A culpa disso é de quem roubou o dinheiro do Estado de Mato Grosso. Mas vocês, como eu, querem terminar o VLT”, disse.
“Agora, o edital do RDC [Regime Diferenciado de Contratação] está sendo ultimado para que possamos contratar uma nova empresa. Por que não podemos negociar com o Consórcio? Porque ela pagou dinheiro para o governador do MDB, o Silval Barbosa. Aí, a culpa é de quem roubou”, afirmou.
Taques disse, por fim, acreditar que assim que a contratação ocorrer, a obra deverá ser retomada. Mas a expectativa não é de que isso ocorra ainda este ano. O Consórcio tenta impedir a rescisão do contrato na Justiça.
“É um abacaxi grande que foi criado pelo governo do MDB. Nós terminaríamos o VLT, mas não posso adivinhar que o governador Silval Barbosa, do MDB, teria recebido dinheiro em razão da obra do VLT. Agora, falar que vai terminar em um ano é ser mágico”, completou.
A declaração
Durante entrevista nesta semana, Mauro Mendes disse que sua intenção é solucionar o VLT em seu primeiro ano de mandato, caso eleito governador.
“O que posso dizer, com toda tranquilidade, é que vamos resolver as obras do VLT em no máximo um ano. Agora qual é a solução? Se der para terminar nós vamos terminar. Se não der para terminar, vamos dizer quais os motivos, o porquê e qual a alternativa”, disse.
“Mas não vamos ficar mais quatro anos, como ficaram agora, enrolando e não fazendo nada, com os trilhos sucateados e os vagões ao relento”, afirmou.
A obra
Orçada em R$ 1,477 bilhão, a obra do VLT foi iniciada em agosto de 2012 e deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início dos jogos da Copa do Mundo em Cuiabá.
A gestão passada já desembolsou o montante de R$ 1,066 bilhão para a implantação do novo modal de transporte.
Em março de 2017, o Governo chegou a entrar em acordo com o Consórcio VLT para que as obras fossem concluídas em prazo de 24 meses, com início da retomada das obras para junho daquele ano e a conclusão do modal em junho de 2019.
O valor acordado foi correspondente a R$ 922 milhões, sendo R$ 327,2 milhões de passivos do contrato original, mais R$ 594 milhões em outros custos para a conclusão.
Desta forma, conforme o acordo assinado em abril, o valor total da implantação do VLT seria correspondente a R$ 1,988 bilhão.
Entretanto, naquele ano estourou a Operação Descarrilho, com base na delação do ex-governador Silval Barbosa. O ex-gestor confessou ter recebido propina do consórcio.
Com isso, o governador Pedro Taques decidiu rescindir o contrato unilateralmente e a questão foi parar na Justiça.
Fonte: Mídia News
