Selma Arruda teria pago R$ 150 mil de suposto ‘caixa 2’ com cheques de suplente

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CAMARA VG

A ação movida pelo ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) e que pede, além de sua diplomação como senador, a cassação da chapa de Selma Arruda (PSL), eleita para o Senado, trouxe novos elementos ao processo que investiga um suposto ‘caixa 2’ na campanha  da juíza aposentada. No documento fora anexado um cheque, no valor de R$ 150 mil, emitido pelo primeiro suplente Gilberto Possamai, que não teria sido informado na prestação de contas de campanha de Selma Arruda.

“R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) foram pagos, no período de campanha eleitoral, à empresa Genius AT WORK, através da emissão do cheque do Banco do Brasil n.º 855020 em data de 07/08/2018, pós-datado para o dia 07/09/2018. O referido cheque foi emitido pelo primeiro suplente, Sr. GILBERTO EGLAIR POSSAMAI. Eis a gravidade da emissão: este pagamento não ocorreu por meio da conta oficial da Campanha da Candidata Juíza Selma, o que também configura violação ao §2º do art. 30-A da Lei 9.504/97”, diz trecho da ação.

Conforme divulgado em primeira mão pelo Olhar Direto, no final de setembro, Selma foi acusada por suposta prática de ‘caixa 2’. A denúncia foi feita com base na ação monitória proposta por Júnior Brasa, ex-marqueteiro da juíza aposentada, que revela pagamentos desde abril deste ano, no valor de R$ 700 mil, utilizando cheques de sua conta pessoal, conduta que é vedada pela Justiça Eleitoral.

A primeira ação contra a juíza aposentada, sobre estes mesmos fatos e acusações, foi movida pelo advogado Sebastião Carlos (Rede). Depois, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou sua inclusão no processo, que até então mostrava apenas os pagamentos efetuados com cheques emitidos pela própria Selma Arruda.

À época, a senadora eleita afirmou, em sua defesa, que os valores pagos a Júnior Brasa seriam para serviços pessoais e não para a campanha. Selma argumentou, ainda, que se tivesse a intenção de promover ‘caixa 2’ jamais o faria com cheques nominais.

“O contrato que foi assinado é o de 15/08. Não há caixa 2 antes da campanha. Caixa 2 se faz durante a campanha. Não se faz caixa 2 com cheque nominal assinado pela pessoa. Se eu fosse fazer coisa errada teria feito lá atrás, não ia fazer isso na campanha, muito menos agora”, rebate, na ocasião.

No entanto, a mais recente denúncia, aberta pela chapa de Carlos Fávaro e assinada por uma banca de oito advogados, mostra que parte do pagamento feito a Genius foi realizado através de um cheque em nome de Gilberto Possamai, suplente de Selma.

“Entretanto, aduz o Sr. Luiz Gonzaga Rodrigues Junior, então publicitário da candidata Juíza Selma, que devido às necessidades para pagamento da folha de pessoal, o cheque foi descontado em uma empresa de fomento mercantil (factoring) e que o desconto foi autorizado pelo emitente por e-mail e telefone”, esclarece a ação.

Outro lado

A assessoria jurídica de Selma Arruda informou que a juíza aposentada ainda não foi notificada da ação movida por Carlos Fávaro. Quanto ao cheque de Possamai, explicou que a origem do pagamento será comentada na ação monitória interposta por Júnior Brasa contra a senadora eleita.

A reportagem também tentou contato com Selma Arruda para comentar o assunto, mas as ligações não foram atendidas.

 

Fonte: Olhar Direto

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