Coronel afirma que ‘caldos’ são comuns em treinamento e que bombeiros a ponto de se formar deveriam estar aptos

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ALMT TRANSPARENCIA

O coronel João Rainho Júnior, do Corpo de Bombeiros, foi ouvido na tarde desta segunda-feira (15), na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar, como testemunha de defesa da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte do jovem Rodrigo Claro, em novembro de 2016, durante um treinamento da corporação. Segundo ele, os chamados ‘caldos’ são comuns em situações como esta. Além disto, o militar pontuou que os alunos que estavam a ponto de se formar, deveriam estar aptos a enfrentar este tipo de situação.
 
João Rainho Junior foi professor da tenente Ledur durante sua especialização e a primeira testemunha de defesa ouvida nesta segunda-feira. Ele atua no setor de instrução e explicou como funcionamento os treinamentos na instituição, inclusive em piscinas e lagos.

O coronel citou que o ‘caldo’ é algo comum no treinamento, para simular que o bombeiro está sendo afogado pela vítima em um momento de salvamento. Além disto, pontuou que um aluno que está há pouco menos de um mês da sua formação, como era o caso de Rodrigo Claro, deveria estar apto a enfrentar este tipo de situação.

Como exemplo, o coronel relatou uma situação ocorrida com ele no Coxipó do Ouro, quando ele tentava fazer o resgate de um alguém que o pegou pelo pescoço e o afundou.
 
A testemunha ainda acrescentou que existem vários alunos que entram para ser bombeiros e salvar vidas, enquanto que outros querem apenas ser servidor público e ter estabilidade. Neste último caso, ainda conforme o coronel, muitos acabam desistindo, muitas vezes se queixando dos treinamentos e dores.

Audiência

A defesa da tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada de torturar e causar a morte do jovem Rodrigo Claro, em novembro de 2016, durante um treinamento do Corpo de Bombeiros, requereu – nesta segunda-feira (15), durante audiência na 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar- a anulação e todas as provas produzidas pela Polícia Civil. Segundo o advogado Huendel Rolin a PJC não teria competência para realizar a investigação. O pedido foi negado pela maioria.

O caso
 
Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O jovem teria passado por sessões de afogamento e agressões por parte da tenente Izadora ledur.
 
O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição. Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo.

O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares foram realizados, de acordo com a perícia criminal.

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