Fonte: Olhar Direto
O governador Mauro Mendes (DEM) afastou qualquer possibilidade de atender as reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), em greve desde o dia 27 de maio, e adiantou às categorias que sinalizam paralisar suas atividades que o posicionamento do Governo se estende a todos os demais servidores. Invocando mais uma vez o estouro da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), hoje em 61%, o democrata afirmou que só haveria condições de conceder aumento caso o Estado criasse novas alternativas de receita, citando como exemplo a instituição de novos impostos.
“Se eu der o aumento para os salários, quem vai pagar isto é o cidadão. Tudo o que o Governo faz, quem paga é o cidadão, através dos impostos. Se eu aumentar a despesa, terei que cobrar mais. Pergunto ao cidadão: vocês estão a fim de pagar impostos para que eu dê mais aumento de salário para os servidores no Estado de Mato Grosso? Alguma coisa mudou do início da greve até agora? Dissemos claramente que não demos o aumento porque é ilegal. Isto não mudou, não deixamos de estourar a LRF. Nossa condição financeira melhorou? Não! Então, o que eu posso fazer?”, argumentou o governado, na manhã desta segunda-feira (17).
O posicionamento do Governo já é consenso também na base do Legislativo. Na última quinta-feira (13), um dia após o presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (DEM), se reunir com o movimento grevista, Mendes almoçou com alguns deputados no Palácio Paiaguás a ratificou a impossibilidade de atender a pauta do Sintep.
Olhar Direto conversou com alguns parlamentares que participaram deste encontro e, segundo eles, a missão da Assembleia, neste momento, será de tentar minimizar o desgaste que esta deliberação irá causar entre os grevistas. Além disso, impedir que outras categorias que já sinalizam disposição em aderir à greve, a exemplo da Saúde e do Meio Ambiente, paralisem suas atividades.
Questionado se teme uma greve geral nos moldes da realizada durante o Governo Pedro Taques, Mendes comparou a situação às manifestações da última sexta-feira (14), que mobilizou trabalhadores de todo o país. Para o governador, os protestos não têm força por falta de apelo social.
“Vi um comentário sobre greve [em outras secretarias]. E na sexta-feira, falou-se que teria uma grande greve geral, mas 90% dos trabalhadores desempenharam sua função normalmente. Sempre com muito respeito, vamos dialogar e falar a verdade. Não adianta, não temos condições de dar aumento. O que nós podíamos fazer era dialogar com os servidores e isto fizemos. Falamos francamente, disse que eu não ia fazer o que o Estado não tem legalidade e condições para fazer. Não posso ver outra alternativa a não ser esperar que os professores entendam isto. A cada semana, escolas abortam o processo de greve. Isto mostra que boa parte dos servidores está entendendo o que estamos dizendo”, finalizou.