O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), comunicou a cúpula do partido que disputar as eleições municipais de 2020 está fora de cogitação. A informação foi confirmada por Júlio Campos (DEM). Até o momento o parlamentar vinha sendo considerado um verdadeiro coringa pelas lideranças da agremiação, que enxergavam nele condições políticas para disputar tanto a Prefeitura de Cuiabá quanto a de Várzea Grande.
“Ele já disse que não tem possibilidade e que não é pretensão dele disputar a eleição”, afirmou Campos. O ex-governador ainda afirmou que ao retirar seu nome para possível candidatura, o presidente da AL não deu pistas sobre que rumos pretende tomar nos próximos anos. “O Botelho é um enigma, né? Bom articulador, mas não abre muito a boca. Papa banana, fala pouco”, declarou.
Julio sustenta que o projeto o DEM é ter candidatura própria na Capital, mas não descarta uma eventual aliança em prol da reeleição de Emanuel Pinheiro (MDB). A possibilidade de uma união entre democratas e emedebistas esquentou, nas últimas semanas, os ânimos entre Pinheiro e o suplente de senador Fábio Garcia, presidente do DEM em Mato Grosso. O prefeito cogitou ter o apoio do DEM e foi rebatido rispidamente por Garcia.
“Ninguém está discutindo nome nesse momento. Aliás, nós até combinamos por decisão do próprio governador que só iríamos discutir nomes a partir de março do ano que vem, após a abertura da janela partidária que muita gente pode mudar de partido. Em abril nós vamos sentar e conversar de nomes para a Prefeitura de Cuiabá e de outros municípios de Mato Grosso. Agora, essas elucubrações, essas conversas ninguém consegue segurar. Em política tudo é possível. Só não é possível, a política só não consegue segurar a morte, o resto é tudo dialogado”, relativizou.
Julio concorda com a tese de candidatura própria do DEM em Cuiabá, mas reconhece a proximidade da família Campos com a Pinheiro, um dos argumentos de Emanuel para considerar “natural” uma possível coligação entre os dois grupos políticos.
“Ninguém pode desconhecer da nossa amizade pessoal com os Pinheiros. Fomos aliados, o pai dele, velho e saudoso deputado federal Emanuel Pinheiro da Silva Primo era amigo de meu pai e do nosso partido, o velho PSD de Filinto Muller e Ponce de Arruda. Essa amizade tem 50 anos, 60. Meu pai era prefeito de Várzea Grande em 1958-59-60 e o Emanuel Pinheiro recém formado advogado no Rio de Janeiro foi trabalhar na prefeitura como assessor jurídico de meu pai em Várzea Grande e meu pai lançou ele para deputado estadual em 62 pelo antigo PSD, essa amizade que felizmente até hoje existe, mas não significa que essa amizade pessoal e fraternal signifique apoio político”, ponderou.