Fonte: Olhar Direto
O documento apontado como base de sustentação para a colaboração premiada do ex-deputado estadual José Riva, que ganhou os holofotes nesta semana, indica que o esquema de pagamento de propina iniciado em 1995, começou de forma pequena, beneficiando apenas seis deputados da 13ª legislatura e chegou ao ápice em 2011, ano em que 100% dos parlamentares da casa foram corrompidos.
Segundo levantamento feito pelo Olhar Direto, apenas 38 deputados que foram eleitos para representar o povo mato-grossense nas eleições de 1994, 1998, 2002 2006 e 2010, não receberam o pagamento indevido. Vale lembrar que em cada legislatura são eleitos 24 deputados.
Dos 24 parlamentares eleitos em 1994 (13ª Legislatura), não foram citados por Riva, como beneficiados no esquema de corrupção: Wilson Santos (PSDB), Serys Slhessarenko (PRB), Chico Daltro (PRB), Eliene Lima (PL), além de Ricarte de Freitas, Nico Baracati, Zilda Pereira Leite, Renê Barbour, Luiz Soares, Benedito Pinto da Silva, Moisés Feltrin, Manoel Ferreira de Andrade, Amador Ataíde Gonçalves Tut, Jorge Antônio de Abreu, José Esteves de Lacerda Filho, Paulo Sérgio Costa Moura, Carlos Roberto Santana Nunes e Joaquim David dos Santos.
Em 1998, com a eleição da 14ª legislatura, o número de deputados que não foram citados como corruptos por Riva caiu para 17. São eles: Serys Slhessarenko, José Carlos do Pátio (SD), Amador Ataíde Gonçalves Tut, Joaquim Sucena, Alencar Soares, Jair Mariano, Benedito Pinto da Silva, Eliene Lima, Chico Daltro, Wilson Celso Teixeira (Dentinho), Nico Baracati, Moacir Pires de Miranda Filho, Carlos Brito, Gilney Viana, Carlos Carlão Nascimento, José Carlos de Freitas Martin se Renê Barbour.
O número de deputados que passaram a aderir o mensalinho, segundo Riva, subiu para onze com a chegada da 15ª legislatura, em 2002. Os que não receberam, conforme o documento foram: Ságuas Moraes (PT), Vera Lúcia Araújo (PT), Alencar Soares, Carlos Brito, Carlos Carlão Nascimento, Eliene Lima, Chico Daltro, Joaquim Sucena, José Antônio de Ávila, José Carlos Freitas Martins, José Carlos de Araújo, Nataniel Nazareno Ferreira e Renê Barbour.
A lista de parlamentares adeptos da corrupção só aumentou em 2007, legislatura que teve apenas seis deputados eleitos que não entraram no esquema de propina, segundo Riva. São eles: José Carlos do Pátio, Otaviano Pivetta (DEM), Chica Nunes (DEM), Ságuas Moraes, Juarez Costa (MDB) e Campos Neto, este último atualmente presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Já em 2010, segundo o documento, todos os 24 deputados da 17ª legislatura receberam o ‘mensalinho’, que durou para alguns até 2015.
O Olhar Jurídico somou os valores e produziu um ranking com os maiores beneficiados com as propinas. Em primeiro está Riva, seguido por Mauro Savi e Gilmar Fabris. Os fatos tiveram início em 1995 e alcançaram montante aproximado de R$ 175 milhões em 2014. Confira a lista completa aqui.