Fonte: Olhar Direto
A sessão plenária da Assembleia Legislativa da noite desta terça-feira (03) ocorreu sob um silêncio quase sepulcral quanto à denúncia feita pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), de que o governador Mauro Mendes (DEM) estaria supostamente utilizando a Delegacia Fazendária (Defaz) para prejudicá-lo politicamente. Quando encerrava a sessão, no entanto, o presidente Eduardo Botelho (DEM) foi questionado sobre o assunto, e informou que ainda irá analisar o documento junto à Procuradoria da Casa. O primeiro-secretário do Legislativo, Max Russi (PSB), sugeriu a criação de uma comissão para acompanhar o caso.
O deputado Ulysses Moraes (DC), opositor a Emanuel, foi quem tocou no assunto, ao perguntar a Botelho se a denúncia entregue pelo prefeito não seria compartilhada com os demais deputados. Botelho explicou que ainda não tinha analisado a documentação e que pretendia se reunir nesta quarta-feira (04) com os procuradores da Casa para saber qual o papel do Legislativo neste caso.
Cabe destacar que o presidente e a deputada Janaina Riva (MDB), os únicos que tiveram acesso ao teor da denúncia, informaram na segunda-feira (02) que iriam levar o fato para ser discutido no colégio de líderes, que normalmente ocorre todas às terças. A reunião, no entanto, não aconteceu.
Ao Olhar Direto, Janaina disse que “não vou dar nenhuma declaração. Até que seja tomada alguma decisão junto ao presidente da AL”. Botelho, durante a sessão, afirmou que “não existe nada de concreto, é um documento simples, um protocolo”. Conforme apurou a reportagem, o governador Mauro Mendes entrou em contato com alguns deputados, por telefone, para tratar do assunto.
A denúncia
A denúncia de Emanuel dá conta de que o governador Mauro Mendes estaria pressionando o delegado-geral da Polícia Civil, Mário Demerval, a abrir procedimentos de investigação contra o prefeito, tanto no bojo da administração da Prefeitura, como em questões relativas à vida pessoal do emedebista – o que incluiria, inclusive, uma operação que estaria prestes a ser deflagrada.
Na semana passada, a Defaz recebeu a denúncia de uma servidora da Secretaria de Saúde, que acusou o prefeito de oferecer cargos na Prefeitura, além de dinheiro, para que os vereadores cassassem o mandato de Abilio Brunini (PSC). A “negociata” teria ocorrido na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante), em um condomínio da Capital.
Emanuel negou as acusações e afirmou que iria acionar judicialmente as pessoas envolvidas na denúncia.
Na Defaz, ainda de acordo com o prefeito, dois delegados teriam sido afastados por não compactuar com o uso da delegacia para atacá-lo. Conforme já noticiado pelo Olhar Direto, o titular da especializada, Anderson Veiga e o colega dele, Lindomar Tófoli, serão removidos da unidade.