“Tomei conhecimento de uma nota da Somap, não quero polemizar com uma instituição tão importante, mas quero esclarecer que não corresponde à verdade. É um equivoco muito grande dizer que estávamos desabilitando leitos da UTI pediátrica para transformar em leitos da UTI adulto. No entanto, graças a Deus, há quase 90 dias a taxa de ocupação [nos leitos pediátricos] é zero. Uma ou duas crianças estiveram nesta UTI. Então, pondero que, caso haja aumento maior e o colapso seja uma realidade diária, que não se tenha leitos pediátricos vazios, enquanto adultos, idosos, morrem à espera de uma vaga”, disse o prefeito.
Cuiabá mantém atualmente, segundo a Prefeitura, 15 leitos de UTI’s pediátricas no antigo Pronto-Socorro, onde funciona o Hospital de Referência para pacientes com Covid-19. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (SES-MT), no entanto, somente 5 desses estão ativos, apesar de habilitados.
Olhar Direto questionou tanto a Prefeitura quanto a SES-MT sobre a divergência. Conforme o Município, já foi solicitado que o Governo do Estado atualize o boletim. A SES-MT, por sua vez, afirmou que a atualização dos leitos ativos é feita diariamente e que, até o momento, não foi notificada sobre a disponibilidade dos 10 leitos que não constam no documento.
Até o fechamento desta reportagem, a taxa de ocupação nas UTI’s pediátricas da Prefeitura de Cuiabá era de 0%. Os leitos de UTI’s adulto do Hospital Referência, no entanto, já se esgotaram. No Hospital São Benedito, onde a gestão municipal também mantém leitos de UTI adulto para tratar Covid-19, a taxa de ocupação é de 95%. Em todo o Estado, restam apenas 14 leitos de UTI adulto disponíveis.
“Vocês acham justo ter 13, 14 leitos pediátricos vazios, enquanto os adultos estão lotados e eu não poder tirar um adulto da fila porque é pediátrico? Essa discussão que eu estou levantando, vou provocar o MPE, entidades, especialistas. Graças a Deus não temos crianças nestes leitos. Não desativamos, não fizemos, nosso objetivo é salvar vidas”, pontuou Emanuel.