Ministro defende uso de substância análoga a fertilizantes para controlar incêndio no Pantanal

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Foto: Christiano Antonucci - SECOM/MT
CAMARA VG

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu – nesta terça-feira (18) -, em visita a Mato Grosso, a utilização de retardantes de chamas para controlar o incêndio que varre a natureza do pantanal mato-grossense. Após sobrevoar a área afetada, o gestor convocou apoio de aviões agrícolas e destacou que o produto é mais eficiente que a água.

Retardante de chamas ou retardador de chama é uma substância química (parecida com fertilizante) utilizada com o intuito de retardar ou, se possível, eliminar a propagação de chamas em um material.

“É muito bem vindo o apoio da aviação agrícola do Estado de Mato Grosso. Proprietários de aeronaves utilizadas podem e devem colaborar nesta tarefa de combate às queimadas. Temos a concordância de que podem colaborar. As aeronaves federais e estaduais devem se valer dos sistemas de bloqueadores de fogo, os retardantes. É um produto que se assemelha a fertilizantes e tem eficácia no combate às queimadas do que a água pura”, explicou o ministro.

Salles ainda pontuou que esta é uma discussão que tem opiniões variadas, porém, “restou claro que quando há emprego deste produto, a eficácia das aeronaves no combate é muito superior do que apenas a água”.

O ministro ainda disse que outra aliada no combate ao incêndio é a técnica de manejo de fogo. “Com ela, é possível se adiantar e ter um controle no uso do fogo para diminuir o material orgânico que fica no local. O acúmulo deste material em solo aumenta a propagação do fogo em toda região”.

Na visita que fez a Porto Jofre, região do pantanal mato-grossense, o ministro argumentou que ficou claro o desafio que está o combate às queimadas na região. Lembrou que este é um mês muito quente, está bastante seco e os ventos estão muito fortes.

“Encontramos vários pontos de queimadas ao longo do dia. Locais em que os brigadistas tem trabalhado intensivamente”, finalizou.

A Operação Pantanal 2 é uma força-tarefa entre os Governos Federal, de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, além da iniciativa privada e produtores, para o combate aos incêndios na região.

Retardantes de chamas

Diferentemente da água, os retardantes não são aplicados diretamente nas áreas onde o incêndio já está ocorrendo, mas nos arredores, a fim de evitar que o fogo se alastre. Apesar de já serem usados em alguns países, não há ainda consenso sobre os efeitos que eles têm sobre a vegetação e o solo. Os retardantes são constituídos basicamente de água, argila e alguns químicos estabilizantes, similares aos usados em fertilizantes.

Estudos recentes apontam que o Brasil poderia ter poupado metade de suas florestas incendiadas, caso já tivesse regulamentado o uso de retardantes no combate ao fogo. A estimativa é do professor Alexandre Beutling, doutor em comportamento do fogo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

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