O advogado atuava como um “pombo-correio” do CV, fornecendo a sua conta pessoal para a lavagem de dinheiro

0
1246
Foto: Reprodução/Polícia Civil
CAMARA VG

O relatório técnico da Polícia Civil sobre a Operação Gravatas revelou que o advogado Roberto Luis de Oliveira, de Sinop, usava os privilégios da profissão para gravar áudios com criminosos do Comando Vermelho, o que ocorria de acordo com a investigação.

Além disso, forneceu a sua conta bancária para a lavagem de dinheiro da organização criminosa, de acordo com o documento anexado. Os advogados Hingritty Borges Mingotti, Jéssica Daiane Morostica e Tallis Lara Evangelista, de acordo com as investigações, integram o “bloco jurídico” do grupo, fornecendo serviços para os criminosos, em troca de vantagens financeiras.

De acordo com o documento, a Polícia Civil de Tapurah prendeu E.H.S. por homicídio por dolo eventual, uma vez que ele disparou de um bar/boate e acertou o pescoço de uma mulher.

No entanto, de acordo com o estatuto do mundo do crime, a facção criminosa não permite que pessoas de fora deixem de derramar sangue sem a sua permissão. A partir de agora, Roberto, consciente das consequências adversas envolvendo E.H.S., torna-se responsável por levantar todas as informações do caso, desde o envio ilegal do boletim de ocorrência até o acesso ao processo criminal.

Além disso, descobre-se o local em que Eduardo está recluso na Cadeira de Lucas do Rio de Janeiro. Roberto, então, visita o Centro de Detenção de Lucas do Rio Verde e se oferece para ser o “pombo-correio” do crime. Ou seja, questionou se a liderança gostaria de transmitir uma mensagem para os detentos.

Em outra ocasião, Roberto envia áudios que foram gravados ilegalmente dentro da Delegacia de Tapurah. Nessa ocasião, Hingritty Mingotti, ao entrevistar dois presos por tráfico de drogas, solicitou que os suspeitos gravassem áudios a respeito das circunstâncias da prisão. Em seguida, é possível inferir que ela enviou as gravações para Roberto, que, logo após, as enviou ao líder da facção criminosa.

Lavagem de dinheiro

Em outro momento do diálogo interceptado, o líder da facção questionou se Roberto possui uma conta no banco Bradesco. O advogado reage de forma rápida e repassa os dados da conta corrente que possui em uma das instituições financeiras em questão. Em seguida, o membro do CV realiza uma transferência de valor de R$ 5 mil.

Em seguida, o faccionado passa os dados de uma pessoa designada D.D.A.S. para que Roberto transfira a quantia para esta pessoa. Dessa forma, é notório que o Advogado cede sua conta bancária para a lavagem de dinheiro da Organização Criminosa.

Para a polícia, é claro que não se trata de honorários advocatícios.

A Operação Gravatas

A Polícia Civil de Tapurah iniciou a Operação Gravatas, que tem como objetivo desarticular uma organização criminosa, com a participação de advogados e de um policial militar. No total, a Polícia Militar cumpriu oito mandados de prisão.

Os advogados Hingritty Borges Mingotti, Jéssica Daiane Morostica e Tallis Lara Evangelista, de Sinop, integram o “bloqueio jurídico” do grupo, que oferecia serviços para os criminosos em troca de vantagens financeiras.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto