Após triplo homicídio, líder de motoristas da Uber reclama da falta de patrulhas e cobra medidas de segurança eficazes

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Duas semanas após o assassinato de três motoristas de aplicativo em Várzea Grande, o representante da Associação dos Motoristas de Uber, Flávio Munhoz, destacou a urgência de medidas de segurança mais eficazes para proteger os trabalhadores que operam nos bairros considerados mais perigosos da região.

Em entrevista ao Olhar Direto , Munhoz enfatizou a necessidade de aumentar a presença policial em áreas vulneráveis, mapeando os bairros mais perigosos e garantindo uma resposta mais rápida às chamadas de emergência. Ele ressaltou que a demora no atendimento por parte das autoridades permite que os criminosos se movam livremente, colocando em risco a vida de motoristas e passageiros.

“Primeira coisa que tem que ser feita é colocar viatura nos bairros, mapear esses bairros mais perigosos para estar dando esse suporte de segurança para a categoria”, afirmou.

Um ponto de destaque na fala do presidente da associação foi a crítica ao processo de comunicação com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (COPOM). Munhoz alegou que o procedimento atual é moroso e burocrático, o que permite que os criminosos escapem antes que a polícia chegue ao local.

“Ao comunicar o Copom, uma atividade mais rápida, sendo motoristas de aplicativo, eles fazem muitas perguntas, dificultam, isso daí o bandido já está em dez bairros diferentes, mas a polícia ainda não chegou”, disse.

Além disso, Munhoz abordou a questão do botão do pânico, uma medida de segurança que tem sido discutida pelos deputados na Assembleia Legislativa (ALMT). Ele enfatizou a importância de que as medidas de segurança sejam rompidas de forma eficaz e não apenas prometidas em anos eleitorais.

“E o botão do pânico, tudo o que por segurança, se for para fazer o bem para a categoria, que venha com força, mas que aconteça, porque só em ano eleitoral ficar prometendo um monte de situações e não vai ser cumprido nada . Porque a própria Secretaria de Segurança Pública fala que eles não têm o efeito, a polícia não está completa. Então o que acontece? Eles veem dificuldades. Há cidades do interior que estão com três policiais pra fazer a segurança, e aí fica difícil entender que é uma situação real, o que vai ser feito de verdade, porque eles nem arrumaram a casa deles ainda”, contou.

Os desaparecimentos

As investigações do DHPP iniciaram na manhã de sábado (13), após a equipe do Núcleo de Desaparecidos (NPD) receber informações sobre a primeira vítima, Elizeu Coelho. Depois, veio a comunicação do desaparecimento dos outros dois motoristas de aplicativos, sendo Nilson Nogueira e Márcio Rogério Carneiro.

Segundo a Polícia Civil, uma análise de imagens de câmeras de segurança, entre outras diligências realizadas pelo DHPP, possibilitou a identificação dos três suspeitos que foram vistos próximos do carro da primeira vítima, no bairro Cristo Rei.

O trio, sendo Lucas Ferreira da Silva, de 21 anos, e dois adolescentes, de 15 e 17 anos, estavam com as mesmas roupas em que apareceram nas imagens das câmeras. Ao participar, perto da UPA do Cristo Rei, os suspeitos confessaram os crimes e apontaram onde estavam os corpos das duas vítimas.

Os corpos de Márcio e foram localizados no bairro Jardim Petrópolis, na região do Chapéu do Sol, e em um lixão próximo do Capão do Pequi, ambos em Várzea Grande. Já o corpo de Nilson foi encontrado no dia seguinte.

A Polícia Civil considera que o trio é formado por “serial killers”. Os delegados Olímpio Junior e Nilson Farias apontaram que os jovens sentiram prazer com as mortes, como se fosse uma espécie de compulsão.

Dias depois, a polícia prendeu Keise Melissa Rodrigues Matos por envolvimento no triplo latrocínio. Era dela a conta pela qual os suspeitos chamavam as corridas. A PJC agora procura pelo quinto rapaz envolvido no crime, Akcel Lopes.

Lucas, Keise e Akcel, mesmo desaparecidos, foram indiciados pela Polícia Civil pelos assassinatos dos motoritas de aplicativo. Já os menores de 15 e 17 anos vão responder por ato infracional.O inquérito foi concluído na quinta-feira (25).

Os três adultos responderão por crimes de roubo seguido de morte, extorsão de prejuízo, associação criminosa majorada, corrupção de menores e ocultação de cadáver. Dois adolescentes, que também participaram dos latrocínios, responderão pelos atos infracionais em procedimento específico instaurado na Delegacia Especializada do Adolescente de Cuiabá.

O inquérito foi conduzido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público Estadual para tramitação da perseguição penal. Dois adultos estão presos e dois adolescentes apreendidos.

 

Fonte: Informações/ Olhardireto