Laudo da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) que Olhar Direto teve acesso detalha toda a cena do crime e a trajetória da bala que vitimou o idoso João Antônio Pinto, de 87 anos, em Cuiabá, no dia 23 de fevereiro. Conforme já adiantado, o suspeito, um policial civil, efetuou um único disparo a uma distância aproximada de 12 metros.
João vinha recebendo ameaças de grileiros e membros de facção criminosa. Antes da abordagem, a vítima havia se envolvido em uma discussão com alguns invasores. Ele também portava uma arma de fogo para se defender das ameaças. Quando os policiais civis foram até a propriedade, encontraram João em posse de uma arma de fogo. Os agentes efetuaram um tiro que atingiu o idoso no peito. Entretanto, em uma nova checagem, foi apontado que João tinha problemas auditivos e sofria de catarata na visão.
As figuras 8 e 9 mostram a parte interna do galpão onde João foi encontrado morto. Nas imagens, é possível observar munição, projétil de arma e também uma sigla identificada como Digital Video Recorder (DVR), que em português é conhecido como gravador de vídeo digital.
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De acordo com o laudo, a munição nessas figuras pertencia a uma pistola de João. Ele, ainda em vida, estava no interior do galpão, situado entre o avião e a caminhonete, empunhando a arma. O laudo afirma que ele teria manobrado o ferrolho, ejetando uma munição no chão.
A figura 24, por sua vez, ilustra a trajetória da bala. De acordo com a perícia, a trajetória balística possível do disparo, que teria ocorrido de fora para dentro do galpão, em direção ao canto posterior esquerdo, sugere que o tiro que atingiu o cadáver foi efetuado à distância.
Além disso, indica que o idoso estava de frente e de lado para o atirador no momento do impacto, e que a parte direita do seu corpo estava mais à frente. Em vermelho, trajetória balística do tiro.
Já o atirador estava posicionado fora do galpão e efetuou ao menos um tiro à distância para o do galpão e que acertou o idoso, na região anterior direita do corpo, “no momento que ele se encontrava de frente e lateralizado em relação ao atirador, estando a porção direita do cadáver mais a frente”.
