Os “influenciadores do Tigrinho”, presos em uma operação, faturaram quase R$ 13 milhões em seis meses, segundo a polícia

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Polícia Civil de Mato Grosso investiga influenciadores digitais por jogos ilegais e apreende mais de R$ 12 milhões

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na última quarta-feira (27), a Operação 777, voltada para apurar a atuação de seis influenciadores digitais na promoção de jogos de azar e rifas ilegais. Segundo as investigações, os suspeitos faturaram, apenas no primeiro semestre de 2024, o montante de R$ 12.869.572,00 com as práticas ilícitas.

Prisão de influenciadores e familiares

Cinco influenciadores foram presos em Cuiabá e Várzea Grande (MT) e nas cidades paulistas de Pindamonhangaba e Taubaté. Um dos suspeitos, identificado como Bruno Fabiano Marques, está foragido e teria viajado para Paris, na França. Entre os alvos da operação, também foram presas as mães de três deles.

Os investigados presos são:

  • Vitor Vinícius de Freitas

  • Nicolas Guilherme de Freitas

  • Gabriel Oliveira Ferreira

  • Larissa Mataveli

  • Carlos Henrique Morgado

As mães detidas foram identificadas como Cristiane de Freitas, de São Paulo, e Sandra Regina Ferreira, de Cuiabá.

Esquema de fraudes

De acordo com as Delegacias Especializadas do Consumidor e de Estelionatos e Outras Fraudes de Cuiabá, os influenciadores criavam novas plataformas quase diariamente, porque seus seguidores percebiam rapidamente que não conseguiam obter ganhos reais. Além disso, quando algum jogador conquistava prêmios mais altos, esses valores não eram pagos.

Outro ponto apurado pela Polícia Civil é que os influenciadores utilizavam versões demonstrativas dos jogos fornecidas pelos administradores das plataformas, programadas para sempre gerar vitórias. Com isso, publicavam vídeos e imagens simulando ganhos elevados para enganar os seguidores.

As rifas promovidas pelos investigados também apresentavam fraudes recorrentes. Em muitos casos, os influenciadores vendiam números suficientes para cobrir o custo do bem sorteado, mas mantinham a maioria das combinações, garantindo que o prêmio permanecesse em posse deles ou fosse entregue a comparsas.

Bloqueio de bens e suspensão de atividades

A Justiça determinou o bloqueio de valores até o limite apurado pelas investigações, além da suspensão de nove empresas ligadas aos suspeitos, algumas delas com vínculos a pessoas naturais da China.

Outras medidas incluem:

  • Bloqueio de perfis nas redes sociais (Instagram e Facebook);

  • Proibição de divulgação de qualquer material relacionado a jogos de azar ilegais;

  • Apreensão de passaportes e restrição para que os investigados não deixem o país.

Denúncias e orientação ao consumidor

Consumidores prejudicados pelas práticas ilegais podem registrar boletins de ocorrência em qualquer delegacia ou procurar diretamente a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, localizada na Rua Gen. Otávio Neves, nº 69, bairro Duque de Caxias I, em Cuiabá. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

A Polícia Civil segue investigando o caso e pede que novas vítimas ou pessoas com informações sobre o esquema se apresentem às autoridades.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto