Suposta dívida: “empresário” de Cuiabá admite culpa e se torna réu por homicídio e tentativa de assassinato de seu cunhado

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Empresário cuiabano é denunciado e vira réu por homicídio em Santa Catarina

O juiz Mônani Menine Pereira, da Vara do Tribunal do Júri de Santa Catarina, aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o empresário cuiabano Arthur Filipovitch Ferreira, acusado de homicídio consumado e tentativa de homicídio. O caso ocorreu no dia 6 de janeiro, em Florianópolis, e teria como motivação uma suposta dívida financeira. Considerando a gravidade dos crimes e a periculosidade do acusado, o magistrado decidiu mantê-lo preso preventivamente.

O crime

Arthur Filipovitch foi preso em flagrante após esfaquear e matar Ricardo Beppler e ferir seu próprio cunhado, Rodrigo Muller. O crime aconteceu na manhã de uma segunda-feira, na residência onde Arthur estava hospedado de favor. Segundo relatos, a discussão começou devido a dívidas do empresário, resultando na morte de Ricardo e no ferimento de Rodrigo, que segue hospitalizado.

Análise da denúncia

O juiz constatou a existência de provas da materialidade e indícios de autoria, baseando-se no boletim de ocorrência, nos depoimentos das testemunhas, no relato do acusado e nas evidências periciais. Dessa forma, a denúncia foi recebida, e Arthur terá um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa.

Prisão preventiva mantida

Apesar de o réu alegar legítima defesa, o juiz considerou que ainda não é possível confirmar a versão apresentada, pois o processo está em fase inicial. A gravidade das acusações, aliada ao histórico criminal de Arthur — que responde por estelionato, furto, ameaça e outros crimes em Mato Grosso e São Paulo —, foi determinante para a manutenção da prisão preventiva.

O magistrado também destacou o risco que o acusado representa à segurança pública e às testemunhas, considerando os pedidos de medidas protetivas feitos por familiares das vítimas. Além disso, chamou atenção o fato de Arthur, que declarou renda mensal de R$ 50 mil, não ter constituído advogado e não comprovar trabalho lícito em Santa Catarina.

Depoimentos conflitantes

Em depoimento, Arthur alegou que agiu em legítima defesa após ser surpreendido por Ricardo e Rodrigo, que teriam entrado em sua residência para cobrar dívidas. Segundo o réu, Ricardo estava armado com uma faca e Rodrigo portava uma corda. Durante a suposta luta corporal, Arthur afirmou que conseguiu se defender utilizando a faca que tirou de Ricardo, momento em que os esfaqueou. Ele ainda alegou que os homens queriam acessar sua carteira de bitcoins.

Já Rodrigo Muller apresentou uma versão diferente. Ele afirmou que, ao chegar à residência com Ricardo para convencer Arthur a sair do imóvel, foi testemunha de uma briga entre o empresário e Ricardo. Rodrigo teria pedido para que Arthur não matasse Ricardo, mas, segundo seu relato, o cunhado desferiu o golpe fatal. Rodrigo também acusou Arthur de ameaçar sua família e afirmar ligação com facções criminosas.

Conclusão preliminar

O caso segue em tramitação, e o réu permanecerá preso na Penitenciária de Florianópolis enquanto a investigação avança. Para o juiz, a prisão preventiva é necessária para garantir a segurança das testemunhas e o andamento do processo. “Medidas cautelares alternativas não seriam suficientes para assegurar a ordem pública e a aplicação da lei penal“, concluiu Mônani Menine Pereira.

Enquanto isso, a defesa de Arthur deverá apresentar resposta à acusação nos próximos dias, com a promessa de esclarecer os fatos durante o julgamento.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto