Acusado de autorizar propina de R$ 150 mil, Chico 2000 tem HC estendido e poderá reassumir mandato na Câmara

0
31
Foto: reprodução
[pro_ad_display_adzone id="52768"]

A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu, nesta segunda-feira (1º), ampliar os efeitos do habeas corpus concedido ao vereador Sargento Joelson (PSB) para também beneficiar o parlamentar Chico 2000 (PL). A decisão, tomada por maioria, permitirá que ambos retornem às atividades legislativas após meses afastados. A notificação à Câmara de Cuiabá deverá ocorrer em breve, mas o conteúdo completo do acórdão ainda não foi publicado.

Joelson e Chico 2000 haviam sido afastados por seis meses devido à Operação Perfídia, que apura suposto esquema de corrupção envolvendo a construtora HB20, responsável pelas obras do Contorno Leste. As investigações tiveram início a partir de denúncia feita em 2024 pelo então deputado federal Abilio Brunini (PL) — hoje prefeito da capital.

De acordo com as apurações, vereadores teriam exigido mais de R$ 150 mil em propina para viabilizar a aprovação de projeto que garantiu à construtora o recebimento de valores devidos pela Prefeitura em 2023.

Sargento Joelson, acusado de ter recebido parte do montante, admitiu em depoimento que o então presidente da Câmara, Chico 2000, teria dado aval ao esquema. Interceptações telefônicas realizadas em outubro de 2023 reforçam a suspeita, registrando reclamações de Joelson a um funcionário da HB20, João Jorge Catalan, sobre a condução das negociações.

As investigações apontam que a empresa teria repassado R$ 250 mil em propina, sendo R$ 150 mil destinados ao empresário José Márcio da Silva Cunha, apontado como intermediário, e posteriormente transferidos a Joelson. O restante teria sido pago em espécie diretamente ao parlamentar. Parte desses valores teria sido entregue dentro do gabinete da Câmara.

Segundo a polícia, o responsável pela movimentação financeira era João Jorge Souza Catalan Mesquita, funcionário da HB20, que buscava garantir apoio político para aprovação de uma certidão de parcelamento fiscal, permitindo ao município quitar débitos com a construtora e liberar pagamentos pelas obras.

A operação foi autorizada pela juíza Edna Ederli em 25 de abril. Na ocasião, a magistrada determinou o afastamento dos vereadores, alegando complexidade do caso e indícios de “contraprestação ilícita”. Além disso, ordenou o bloqueio de bens, incluindo imóveis e veículos de Chico 2000, Joelson e do intermediário.

Durante o período de afastamento, as cadeiras foram ocupadas pelos suplentes Rafael Yonekubo (PL), no lugar de Chico 2000, e Gustavo Padilha (PSB), no de Joelson.

Fonte: Olhar Direto