O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) pela Polícia Federal em sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida é uma prisão preventiva, não relacionada ao início do cumprimento da pena de 27 anos à qual Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado.
A Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão por volta das primeiras horas da manhã. Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da PF em Brasília às 6h35, onde passou por exame de corpo de delito. A decisão de Moraes determinou que a ação fosse realizada sem algemas e sem exposição pública, em respeito à dignidade do ex-presidente.
Segundo a investigação, a prisão foi solicitada para garantir a ordem pública e evitar interferências no andamento do processo. A PF apontou riscos concretos, incluindo uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente à residência do pai e suspeitas de tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-presidente.
A detenção não marca o início automático do cumprimento da pena de 27 anos estipulada pelo STF, já que recursos ainda tramitam na Corte. A prisão preventiva será submetida a referendo da Primeira Turma do Supremo em sessão virtual extraordinária marcada para a próxima segunda-feira (24).
A defesa de Bolsonaro afirmou ter sido surpreendida pela medida e declarou não ter tido acesso completo aos fundamentos utilizados por Moraes. Aliados políticos classificaram a decisão como motivada por perseguição, enquanto opositores destacaram que a ação reforça a proteção ao Estado Democrático de Direito.
A prisão de Jair Bolsonaro representa um marco histórico no país: é a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é detido preventivamente após condenação por tentativa de golpe. O episódio deve gerar forte impacto no cenário político nacional, influenciando debates, articulações partidárias e possíveis reações de sua base de apoio.


























