Carbon reassume fábrica em Cuiabá após decisão judicial e encontra local em estado de abandono

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Foto: Assessoria
ALMT

A Carbon Participações Ltda. retomou o controle da unidade industrial conhecida como “Fábrica Cuiabá” após o cumprimento de ordem judicial emitida pela 1ª Vara Cível de Cuiabá. A reintegração de posse foi autorizada em sentença proferida pelo juiz Márcio Aparecido Guedes no último dia 20 de maio, após o reconhecimento de violações contratuais graves por parte da Allos Participações Ltda., antiga arrendatária, e da transferência irregular da operação à Safras Agroindústria, sem autorização da Justiça.

Durante a execução da ordem judicial, oficiais de Justiça constataram que o imóvel se encontrava em situação de abandono, sem fornecimento de energia elétrica ou abastecimento de água. A interrupção da energia, segundo o gerente comercial da Safras, Cléber Bedin, foi resultado de inadimplência junto à concessionária Energisa, incluindo o descumprimento de um acordo de renegociação de aproximadamente R$ 2 milhões.

Diante da falta de condições operacionais, o Grupo Safras dispensou os trabalhadores que ainda atuavam no local. O corte de energia inviabilizou o funcionamento das bombas de água e, consequentemente, o uso de banheiros e demais estruturas básicas da fábrica.

Durante a vistoria realizada no pátio de caminhões, representantes da Carbon e oficiais identificaram mais de 60 veículos estacionados, alguns parados desde 31 de maio, sem liberação de notas fiscais ou pesagem. Caminhoneiros relataram atrasos, ausência de suporte e condições sanitárias precárias, descrevendo o ambiente como “desumano”.

O relatório de vistoria destacou que, nos dias 3 e 4 de junho, não houve qualquer tentativa da Safras em desocupar o imóvel, reforçando o abandono das operações e a falta de interesse na continuidade das atividades.

A decisão judicial fundamentou-se na quebra de cláusulas essenciais do contrato, perda do controle da planta fabril pela Allos, e subarrendamento não autorizado à Safras, elementos que comprometeram os objetivos do Plano de Realização Extraordinária de Ativos (PREA) e ameaçaram a liquidação dos créditos dos credores da massa falida da Olvepar S.A., empresa sucedida pela Carbon.

A reintegração garante à Carbon a posse da unidade e de seus bens móveis, proibindo qualquer operação durante a fase de desocupação. A empresa informou que pretende reestruturar a fábrica sob nova gestão, com o objetivo de restabelecer sua atividade econômica e assegurar a quitação de débitos com credores.

A Carbon também anunciou a distribuição de cestas básicas aos trabalhadores afetados e iniciou a contratação de funcionários interessados em retornar, desde que apresentem carteira de trabalho com baixa registrada pela Safras.

FONTE – RESUMO