Desembargadora Serly Marcondes assume presidência do TRE-MT após acordo com adversário

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Foto: TRE-MT
ALMT

Após impasse judicial e mediação nos bastidores, a desembargadora Serly Marcondes Alves foi eleita presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) para o biênio 2025/2027. Ela terá a responsabilidade de conduzir as eleições presidenciais de 2026 no Estado. Durante seu discurso de posse, Serly reforçou o caráter pacífico do acordo que selou sua eleição: “Não existe cotovelada, tiro e bomba”, afirmou, ao comentar a composição com o desembargador Marcos Machado, agora vice-presidente e corregedor da Corte.

A disputa interna havia sido levada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que anulou a eleição anterior realizada em 29 de abril, alegando irregularidades na elegibilidade dos candidatos. Na ocasião, Machado havia sido escolhido presidente, e Serly, reconduzida à vice-presidência. O TSE, por unanimidade, decidiu que apenas Serly estava apta a concorrer à presidência, com base na vedação legal à reeleição ou recondução ao mesmo cargo nas cortes eleitorais.

Na manhã desta quinta-feira (14), após o adiamento da sessão por falta de quórum no dia anterior, dois magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Wesley Sanchez Lacerda e Mário Kono (então presidente interino), atuaram como mediadores para viabilizar um acordo entre os dois candidatos.

Segundo declarou Marcos Machado, a intervenção dos colegas e o parecer jurídico da procuradora regional foram decisivos para evitar que o embate se prolongasse nos tribunais superiores. “A importância da convergência de propósitos nos fez compreender que a continuação do conflito, seja no TSE ou no CNJ, não era o melhor caminho”, afirmou.

A sessão foi aberta com uma urna preparada para votação, mas não houve necessidade de manifestação dos membros do plenário, diante do consenso alcançado.

Ao ser empossada, Serly destacou a importância do diálogo institucional e da harmonia com o TSE. “Escolhemos colegas com perfil conciliador para nos ajudar a construir essa ponte. Quanto mais discutimos, melhor compreendemos os caminhos institucionais a seguir”, disse.

A ministra Isabel Gallotti, relatora do processo no TSE, destacou que Serly estava apta apenas à presidência e que o cumprimento rigoroso das normas foi determinante para o novo desfecho. O voto dela foi seguido por unanimidade, incluindo a ministra Cármen Lúcia.

Serly concluiu enfatizando a sintonia entre o TRE-MT e o TSE. “Somos um tribunal em harmonia com o TSE. Seguimos as resoluções e atuamos dentro da legalidade e do respeito institucional.”

FONTE – RESUMO