O jornalista Ricardo Noblat repercutiu, no programa Noblat Blá Blá, as recentes declarações de John Feeley, ex-embaixador dos Estados Unidos no Panamá e especialista em América Latina. De acordo com Noblat, as falas de Feeley à BBC News Brasil revelam um perfil pragmático e desinteressado de Donald Trump em relação a Jair Bolsonaro após o revés jurídico do ex-presidente brasileiro.
Noblat destaca que, para o ex-embaixador, Trump não possui um conhecimento profundo sobre a política brasileira e que sua aliança com Bolsonaro durou apenas enquanto houve conveniência política. “Assim que Bolsonaro deixou de ser uma referência na política brasileira e o estado de direito prevaleceu, Trump simplesmente o descartou”, citou o jornalista ao reproduzir a avaliação do diplomata.
De acordo com Feeley, o distanciamento de Trump é pragmático e reflete uma característica histórica da política externa americana. “Posso quase garantir que Trump não acorda todos os dias pensando no Brasil”, declarou.
Noblat reforça a tese de Feeley de que os presidentes americanos historicamente “vivem de costas” para a América Latina, agindo apenas quando governos de esquerda ameaçam seus interesses.
A Responsabilidade de Eduardo Bolsonaro
Um dos pontos da análise foca na origem das sanções comerciais impostas pelos EUA ao Brasil. Segundo o diplomata citado, a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados não foi uma decisão baseada em aversão ideológica do Departamento de Estado, mas sim o resultado direto do lobby feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro nos arredores da Casa Branca.
Noblat ironiza o resultado das movimentações do filho do ex-presidente: “Fez tanto esforço, fez tanta intriga, conseguiu que o Brasil fosse punido com um tarifaço de 50% e no fim fracassou”. A análise sugere que a tentativa de Eduardo de interferir na política externa acabou prejudicando diretamente a economia nacional.
















